Síria: Cruz Vermelha negocia trégua para ajuda humanitária
Organização busca 'suspensão das hostilidades' para chegar a zonas afetadas
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) afirmou nesta segunda-feira que está negociando com as autoridades sírias “uma suspensão das hostilidades” para levar ajuda humanitária à população. O CICR estuda uma forma de levar ajuda especialmente à população das zonas mais afetadas, facilitando também o acesso do Crescente Vermelho sírio e outras organizações às populações necessitadas, declarou um porta-voz, Bijan Farnudi.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança do ditador, que já mataram mais de 5.400 pessoas no país, de acordo com a ONU, que vai investigar denúncias de crimes contra a humanidade no país.
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Nesta segunda-feira, o regime sírio reforçou suas tropas na cidade rebelde de Homs (centro), onde a situação humanitária se torna insuportável, e mantém as forças em estado de alerta em Damasco, a capital, palco de manifestações inéditas nos últimos dias. Na “capital da revolução”, que continua sendo alvo de bombardeios pelo 16º dia consecutivo e para onde chegaram reforços de tropas no domingo, os militantes pediram que seja permitida a evacuação das mulheres e das crianças de Baba Amr, o bairro mais atingido pelos ataques.
“Pedimos que nos permitam retirar as mulheres e as crianças de Baba Amr”, declarou Hadi Abdullah, membro da Comissão Geral da Revolução Síria. “Os habitantes vivem no frio e em condições insuportáveis, esperam a morte”, acrescentou, quando desde 4 de fevereiro vários bairros de Homs estão sitiados e são bombardeados permanentemente pelas forças do regime para esmagar a revolta.
No domingo, Abdullah havia afirmado que “novos reforços militares foram enviados à cidade”, temendo que fossem utilizados para lançar um ataque contra Baba Amr ou atacar outros bairros rebeldes de Homs. “Desde o início da ofensiva, há a possibilidade de um ataque, mas não se sabe quando ele irá ocorrer”, disse.
(Com agência France-Presse)