Moscou, 10 jan (EFE).- A Rússia acusou nesta terça-feira o Irã de ignorar as reivindicações da comunidade internacional sobre seu controverso programa nuclear ao manter as atividades de enriquecimento de urânio.
‘Somos obrigados a constatar que o Irã continua ignorando as exigências da comunidade internacional de dissipar as dúvidas sobre seu programa nuclear’, assinala a Chancelaria russa em comunicado divulgado pelas agências de notícias locais.
Moscou faz referência à exigência internacional sobre a suspensão da construção da usina de enriquecimento perto da cidade de Qom, contemplada na resolução 2009/82 da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e na 1.929 do Conselho de Segurança da ONU.
Por outro lado, a nota destaca que Teerã ‘informou antecipadamente à AIEA sobre o início dos trabalhos de enriquecimento nessa usina e que todo o material nuclear se encontra sob o controle da Agência’.
A Chancelaria russa pede a todas as partes envolvidas nas discussões que ‘se abstenham de passos bruscos e infundados que possam impedir a criação das condições para o reatamento do diálogo’ entre o Irã e a comunidade internacional.
‘Esperamos que o Irã ouça nossa opinião sobre a necessidade de cooperar estreitamente com a Agência para o início mais rápido possível de negociações incondicionais prévias sobre o programa nuclear iraniano com o Grupo 5+1’, ressalta a nota, referindo-se ao grupo formado pelos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, França, Reino Unido, China e Rússia) mais a Alemanha.
A Rússia insiste que o problema nuclear iraniano só pode ser solucionado por meio do diálogo e observando os princípios de concessões mútuas para recuperar a confiança entre as partes.
A AIEA confirmou nesta segunda-feira que o Irã iniciou o enriquecimento de urânio ao nível de aproximadamente 20% de pureza na central fortificada de Fordo, a 160 quilômetros de Teerã.
Até agora, o Irã tinha purificado urânio a esse nível – considerado um passo prévio ao urânio altamente enriquecido para bombas atômicas – apenas na grande usina de Natanz, onde pretende produzir combustível atômico de forma industrial. EFE