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Rio+20 mostra rumo para um mundo sustentável, menos pobre e mais verde

Por Da Redação
22 jun 2012, 21h45

Jaime Ortega Carrascal.

Rio de Janeiro, 22 jun (EFE).- A Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Rio+20 terminou nesta sexta-feira com a adoção de um documento no qual cerca de 190 países impulsionam os objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a economia verde no contexto da luta contra a pobreza.

O documento, intitulado ‘O futuro que queremos’, é produto de meses de negociação, primeiro em Nova York e depois na última semana no Rio de Janeiro, que no entanto deixou vários Governos e principalmente as ONGs que representam o amplo espectro da sociedade civil insatisfeitos.

A razão para o desencanto é que para muitos se trata de um documento de pontos mínimos que não responde ao desafio mundial de colocar sob um mesmo contexto o crescimento econômico, a preservação do meio ambiente e a inclusão social.

‘Destacamos que a economia verde deveria contribuir para a erradicação da pobreza e o crescimento econômico sustentável’, assinala o texto, mas deixa no ar o que esse conceito significa porque ‘cada país dispõe de diferentes enfoques, visões, modelos e instrumentos, em função de suas circunstâncias e prioridades nacionais’.

Sobre a arquitetura para avançar rumo ao desenvolvimento sustentável, o outro pilar do processo da Rio+20, o documento exorta todos os países a que deem ‘prioridade’ a ele na alocação de recursos.

Um comitê intergovernamental integrado por 30 especialistas de todas as regiões do mundo se encarregará de definir até 2014 os meios de financiamento para ‘a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável’, uma proposta da Colômbia inspirada nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

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Os ODS falam de metas para assuntos vitais como água, biodiversidade e segurança alimentar, enquanto os ODM abordam a fome, pobreza, educação e saúde.

A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, destacou em seu discurso no plenário que o texto ‘contém propostas essenciais’, mas que o mais importante é que introduz ‘uma nova forma de pensar’ o futuro do mundo e sua gente.

‘Sabemos que não nos julgarão pelo que dissermos ou pelas boas intenções, mas pelos resultados que conseguimos para a população atual e para as futuras gerações. Não podemos fracassar’, ressaltou Clinton.

Várias ONGs que participaram da Cúpula dos Povos, paralela à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20, manifestaram sua decepção com o resultado da reunião, apesar do entusiasmo da ONU e do Brasil.

‘Os movimentos sociais esperavam um documento muito mais audaz, mais ambicioso’, disse ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a ativista brasileira Iara Pietrovsky, integrante de uma coalizão de ONGs que nesta sexta-feira entregou as conclusões dos debates nos milhares de participantes da Cúpula dos Povos.

O próprio Ban chegou a reconhecer na quarta-feira passada, quando se inaugurou a cúpula, que alguns países e ele mesmo ‘esperavam um resultado mais ambicioso’ no documento final, embora depois, em discurso perante o plenário, destacou o ‘progresso significativo’ em relação ao desenvolvimento sustentável.

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‘O desenvolvimento sustentável é a única opção para a humanidade, para nosso futuro partilhado’, disse o secretário-geral da Rio+20, Sha Zukang, no encerramento da cúpula.

A presidente Dilma Rousseff, destacou que na reunião foram lançadas ‘as bases de uma agenda para o século XXI’ e se criaram os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável ‘para enfocar e orientar nossas metas’.

Os movimentos sociais reconhecem que o processo para estabelecer os ODS é uma das poucas frentes nas quais se avançou, mas condenam duramente a iniciativa da economia verde como ferramenta para o desenvolvimento sustentável, porque a consideram uma manobra do capitalismo para ‘colocar no mercado os bens comuns da humanidade’.

Na reunião da manhã desta sexta-feira, Ban pediu às ONGs que não rejeitem a economia verde porque ‘não é uma ideologia’.

A cúpula também aprovou a criação de um novo indicador de riqueza que não se baseie só no produto interno bruto (PIB), mas inclua também dados sociais e ambientais, assim como o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). EFE

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