Putin vota na Rússia; e ativistas protestam contra o premiê
Pesquisas indicam que o mandachuva deve ser eleito já no primeiro turno
O primeiro turno da eleição presidencial russa, que tem o atual primeiro-ministro Vladimir Putin como favorito, acontece, ao que tudo indica, com normalidade em todo o país, apesar das denúncias de fraude da oposição. Os 109 milhões de eleitores registrados começaram a votar às 8 horas deste domingo, mas como o território da Rússia tem nove fusos horários, a votação teve início no extremo oriente do país, ainda na noite de sábado de acordo com o horário de Brasília. A votação terminará às 20 horas locais (14 horas de Brasília) de Kaliningrado, a região mais ocidental da Rússia.
Putin votou durante a manhã ao lado da mulher Liudmila, que aparece pouco em público. “Dormi bem, pratiquei um pouco de esporte e vim aqui”, declarou o homem forte da Rússia, que aspira recuperar a Presidência, que abandonou em 2008 para assumir o cargo de primeiro-ministro, já que não podia concorrer a um terceiro mandato consecutivo. “Espero uma forte participação. Tenho certeza de que as pessoas cumprirão a responsabilidade”, completou. Desde que o marido deixou o Kremlin em 2008, a esposa de Putin não faz aparições públicas. Um jornal informou que ele teria se separado e havia iniciado um relacionamento com a campeã olímpica de ginástica Alina Kabaïeva. A publicação teve que fechar as portas pouco depois.
Pesquisas de fevereiro apontavam Putin como vencedor, com quase 60% dos votos. O premiê tem quatro rivais – todos fracos: o comunista Guennadi Ziuganov (segundo nas pesquisas), o populista Vladimir Jirinovski, o magnata Mikhail Prokhorov, novato na política, e o centrista Serguei Mironov. Na votação deste domingo, o site do partido Iabloko acusou as mesmas pessoas de votarem em locais diferentes.
Protestos – Para protestar contra a vitória certa do premiê, três ativistas da organização feminista ucraniana Femen tiraram as roupas neste domingo no mesmo colégio onde ele havia votado. As jovens entraram no local 15 minutos depois de Putin sair, tiraram a roupa e gritaram frases em coro como: “Fora, Putin!” e “Putin ladrão!”. Elas ainda derrubaram a urna. A polícia retirou-as imediatamente do prédio e tratou de cobrir seus corpos nus com casacos, onde traziam inscrições do tipo “Ratos do Kremlin”.
O porta-voz de Putin, Dmitri Peskov, citado pela imprensa russa, comentou o episódio: “As meninas são tontinhas. Acham que isso é romântico. Mas, falando sério, é uma violação da ordem pública. E, pelo que entendi, elas ainda ofereceram resistência aos agentes de segurança.” Peskov falou depois que Oxana Shachko, Anna Deda e Irina Fomina foram detidas pela polícia.
Apesar disso, os representantes da campanha de Putin deixaram claro que não vão denunciar as ativistas, que ficaram famosas no mundo todo pelas ações provocativas que promovem em defesa dos direitos das mulheres e contra seus opositores políticos.
(Com agências France-Presse e EFE)