O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, declarou nesta terça-feira, durante uma visita a Pequim, que “não entende” porque a ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Timoshenko foi condenada a sete anos de prisão por abuso de poder em um caso de contrato de importação de gás russo.
“Verdadeiramente, não entendo muito bem porque foi condenada a sete anos”, disse Putin, de acordo com a agência de notícias Interfax.
Timoshenko foi condenada por chegar a um acordo em 2009, sem autorização de seu governo, quando era primeira-ministra, sobre um contrato gasífero com Vladimir Putin.
Este acordo pôs fim a um grave conflito russo-ucraniano que atrapalhava o fornecimento de gás da Europa.
Putin também ironizou e disse que, “de fato, sete é um bom número”, que traz boa sorte no imaginário russo.
A Rússia ressaltou em várias ocasiões que os acordos sobre gás russo-ucraianos foram adotados de acordo com a legislação de ambos os países e que, portanto, condenar a agora opositora ucraniana equivale a questionar a legalidade destes contratos.
“Considero que lançar dúvidas sobre estes acordos é perigoso e contraproducente”, disse Putin, homem forte da Rússia, que anunciou sua intenção de voltar ao Kremlin após as eleições presidenciais de março de 2012.