Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Promessa de Bolsonaro de ‘livrar’ o país do socialismo repercute no mundo

Presidente segurou uma bandeira do Brasil e disse estar disposto a dar seu sangue para que ela não se torne "vermelha"

Por Da Redação
2 jan 2019, 13h06

Nesta terça-feira 1, o mundo voltou seus olhos para a posse do presidente Jair Bolsonaro. Para a imprensa internacional, um dos momentos mais marcantes da cerimônia foi o discurso do novo governante brasileiro, que afirmou que sua chegada ao poder representa “o dia em que o povo começou a se libertar do socialismo”.

O jornal britânico The Guardian foi um dos que mencionaram o trecho como destaque. “Suas palavras encantaram uma multidão de mais de 100.000 pessoas – muitas das quais viajaram à capital modernista para o evento, convencidas de que o populista de extrema direita pode resgatar o país conturbado da corrupção virulenta, do aumento do crime e da estagnação econômica”, mencionou o diário.

Já para o The New York Times, a guinada do Brasil para a direita ficou mais do que evidente durante a cerimônia de posse. “O Partido dos Trabalhadores (PT), que venceu as últimas quatro eleições presidenciais, foi esmagado na votação de outubro depois que o país entrou em recessão, a violência disparou e escândalos de corrupção cercaram grande parte da elite”, diz o jornal americano.

Continua após a publicidade

“O partido boicotou a cerimônia de posse, refletindo a persistente amargura de uma corrida presidencial que polarizou brasileiros como nenhuma outra na história recente”.

Para a emissora americana CBS News, “Bolsonaro é o último de vários líderes da extrema-direita em todo o mundo que chegaram ao poder se aproveitando das ondas de raiva contra o ‘establishment’ e prometendo abandonar o status quo”.

O termo em inglês ‘establishment’ se refere a elite social, econômica e política de uma país ou à ordem ideológica, econômica, política e legal que constitui sua sociedade.

Já o site do diário italiano Corriere della Sera chamou Bolsonaro de “líder da extrema direita” e “populista”. A publicação transcreveu trechos dos discursos e descreveu cada momento da cerimônia.

Continua após a publicidade

O jornal também criticou as “pobres referências” aos programas econômicos do novo governo durante o discurso de Bolsonaro, que segundo a reportagem “admitiu repetidamente não entender nada” sobre o assunto e delegou todas as questões relativas ao tema ao ministro da Economia, Paulo Guedes.

O discurso

Durante seu discurso no Palácio do Planalto, após receber a faixa presidencial das mãos do ex-presidente Michel Temer (MDB), Bolsonaro disse do alto do parlatório do palácio que sua posse representa “o dia em que o povo começou a se libertar do socialismo, da inversão de valores, do gigantismo estatal e do politicamente correto”. Ele falou também em “restabelecer a ordem neste país”.

Continua após a publicidade

No final de sua fala, segurou uma bandeira do Brasil e disse estar disposto a dar seu sangue para que ela não se torne “vermelha”.

O francês Le Monde também deu destaque as declarações acaloradas de Bolsonaro. O jornal citou as promessas do presidente de livrar o país das “ideologias nocivas” que “destroem nossas famílias”, como as da “teoria do gênero” que abomina, ou “marxismo”, que ele acredita detectar nos livros didáticos.

Continua após a publicidade

Outro jornal francês, o Le Figaro, também citou os elogios ao fim do socialismo feitos pelo presidente brasileiro em sua página na internet. “Jair Bolsonaro assumiu o cargo na terça-feira, abrindo uma era de ruptura com sérias incertezas em relação à mudança para a extrema direita da maior potência da América Latina”, diz a reportagem.

Já o espanhol El País enfatizou a exibição da aliança de Bolsonaro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aproveitaram a cerimônia para mostrar, via Twitter, sua aliança, que é uma virada ‘copernicana’ da política externa brasileira”, ressaltou o periódico.

O argentino Clarín também destacou a promessa do novo presidente de “libertar o Brasil da corrupção, criminalidade e submissão ideológica”.

Continua após a publicidade

O forte esquema de segurança montado para a cerimônia de posse foi chamado de “descomunal” e uma análise da correspondente Eleonora Gosman ouviu personalidades do mercado e da política que apontaram os principais desafios para o presidente. Ao fim do texto, é abordado o temor de que o novo governo brasileiro afaste o país do Mercosul.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.