Príncipe saudita apoia fim da lei que proíbe mulheres de dirigir
A Arábia Saudita possui algumas das normas mais restritivas sobre mulheres e é o único país onde as mulheres não são autorizadas a dirigir
Um príncipe bilionário da Arábia Saudita pediu pelo fim “urgente” da proibição que impede mulheres de dirigir no país. “Parem o debate: está na hora das mulheres dirigirem”, publicou o príncipe Alwaleed bin Talal em sua conta no Twitter nessa terça-feira.
Alwaleed é sobrinho do rei saudita, Salman bin Abdulaziz Al Saud, e é considerado a 41ª pessoa mais rica do mundo. Segundo a Forbes, sua fortuna estimada é de 17 bilhões de dólares (57,7 bilhões de reais). O príncipe não ocupa nenhum cargo político, mas comanda uma gigante holding de investimentos.
Além do tweet, o escritório de Alwaleed divulgou uma declaração descrevendo as razões por trás do apoio do príncipe ao fim da proibição. “Impedir uma mulher de dirigir um carro é hoje uma questão de direitos semelhantes à que as proibia de receber uma educação ou ter uma identidade independente”, disse Alwaleed, que afirmou que a sociedade saudita é injusta e extremamente tradicional.
O príncipe também detalhou os custos econômicos de ter mulheres que dependem unicamente de motoristas ou táxis. Segundo ele, muitas vezes os maridos têm de deixar seus trabalhos para levar suas esposas de um lugar a outro, prejudicando a produtividade. “Ter mulheres dirigindo tornou-se uma demanda social urgente baseada nas atuais circunstâncias econômicas”, acrescentou.
Defensor de longa data dos direitos das mulheres, Alwaleed bin Talal costuma fazer declarações como essa, consideradas escandalosas para um membro da Família Real. A Arábia Saudita possui algumas das normas mais conservadoras e restritivas sobre mulheres e é o único país em que ainda hoje as mulheres não são autorizadas a dirigir.
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