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Peru: Humala completa 100 dias de mandato com popularidade em alta

Por Por Reynaldo Muñoz
3 nov 2011, 16h56

O presidente Ollanta Humala, um nacionalista de esquerda, completa 100 dias de um governo sóbrio e com uma popularidade acima dos 60%, observado por uma direita retirada do poder e receosa de que uma reviravolta da economia afaste o Peru do alto crescimento dos últimos anos.

Humala, o primeiro presidente de orientação esquerdista a chegar ao poder em mais de 30 anos, deu mostras nos primeiros 100 dias de seu mandato de cinco anos de que manterá uma política de estabilidade econômica, dando garantias aos investidores, disseram analistas consultados pela AFP.

“Humala está atuando de uma forma muito melhor que seus críticos haviam pensado, e isso se expressa nos níveis de aprovação de seu governo”, afirmou o cientista político Aldo Panfichi, da Universidade Católica.

As pesquisas mais recentes apontam que o presidente tem uma aprovação que flutua entre 60% e 62%, em contraste com Alan García, que deixou o governo com cerca de 30%, apesar de no ano passado o país ter tido um crescimento de 8,8%, enquanto a projeção para este ano é de 6% em média.

“O principal é ter dado estabilidade econômica; isso é um ponto-chave e por enquanto reduziu sua inclinação para o populismo e o estadismo”, afirmou, por sua vez, o analista Luis Benavente, da Universidade de Lima.

Para Eduardo Toche, sociólogo do Centro de Promoção de Desenvolvimento, Humala – um ex-militar de 49 anos – está “aproveitando bem sua primavera, sem sair dos paradigmas do modelo econômico aplicado nos últimos anos, o que complica a direita, que esperava um Humala populista ao estilo Hugo Chávez na Venezuela”.

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Há um setor da oposição, que se expressa em uma parte da imprensa, que “reage negativamente, vendo fantasmas onde não há, o que demonstra que existe uma sensação de perda de poder”, afirmou Giovana Peñaflor, presidente da Consultoria Imasen.

Segundo Panfichi, um setor minoritário e ultraconservador espreita com campanhas orientadas a buscar a renúncia de figuras-chave do governo.

“Este setor minoritário, mas bastante ativo, ainda não supera o trauma da derrota eleitoral e desenvolve uma campanha de demolição, apesar de haver uma série de fantasmas que foram dissipados nos 100 dias, como o suposto caminho chavista, o abandono do modelo econômico, ou a mudança da Constituição”, afirmou.

Na opinião do analista Benavente, que estima que os setores conservadores estão em uma “situação de espera vigilante e estratégica”, porque consideram que o governo pode mudar sua linha a qualquer momento.

“Até o momento, os setores econômicos não têm motivo de preocupação na medida em que Humala saiba controlar esse equilíbrio e enquanto esses setores possam fazer seus negócios”, afirmou.

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De fato, a maior preocupação empresarial foi o discurso de Humala na recente Cúpula Iberoamericana do Paraguai, na qual criticou o modelo de mercado e as grandes corporações, enquanto defendeu o fortalecimento do Estado.

Esse discurso gerou um pequeno alarde no setor econômico, segundo vários analistas.

Em um barco que avança em um mar de calma, os analistas concordam que a principal dificuldade enfrentada por Humala é a fragilidade de sua representação parlamentar, com questionamentos por parte de vários de seus integrantes.

Diante disso, qualquer deslize pode ser fatal, afirmou Toche, citando o caso do vice-presidente Omar Chehade, acusado de tráfico de influência.

Este caso se tornou a principal prova de fogo para Humala, de quem opositores e figuras próximas ao governo exigem uma solução política que poderá passar pelo afastamento de Chehade de seu cargo, com o objetivo de não afetar um dos principais objetivos de seu governo, que é a luta contra a corrupção.

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