Oposição turca denuncia fraude e pedirá recontagem dos votos
Principal opositor do presidente Erdogan, Partido Republicano do Povo (CHP) denunciou que o governo teria manipulado a votação
O principal partido de oposição da Turquia declarou que pedirá recontagem de até 60% dos votos do referendo que decidiu neste domingo pela instauração do sistema presidencial no país.
A Alta Comissão Eleitoral, no entanto, disse que considerará os votos apurados, a menos que possa ser comprovada a fraude.
Com quase 100% dos votos apurados, a opção pelo presidencialismo foi confirmada pela agência de notícias estatal Anadolu, com 51,35% dos votos a favor da mudança, contra 48,65% pela manutenção do parlamentarismo. O resultado amplia os poderes do autoritário presidente Recep Erdogan.
O Partido Republicano do Povo (CHP) fez campanha contra a reforma e denunciou que o governo teria manipulado a votação.
Entre as irregularidades denunciadas pela oposição, destacam-se a escassez de cédulas de voto em algumas localidades do sudeste e a falta de cabines para manter o voto secreto em outras.
Em vários colégios eleitorais, os selos que eram entregues para estampar a parte branca (Sim) ou marrom (Não) da cédula, não marcavam a palavra “Escolho”, como é previsto, mas a palavra “Sim”, o que gerou certa confusão. Apesar da mudança, a Alta Comissão Eleitoral pretende contar as cédulas que não foram seladas pela mesa eleitoral como válidas.
“Dizem que são válidas as papeletas e envelopes sem selo oficial. Isso é ilegal. Isso quer dizer que podem ser trazidos votos de fora”, disse à imprensa o vice-presidente do CHP, Bülent Tezcan.
(com EFE e Reuters)