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ONU alerta brasileiras para golpe de estrangeiros na internet

Uma das hipóteses levantadas pelas autoridades é de que a fraude seja uma estratégia para grupos criminosos ou terroristas entrarem no país

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 out 2016, 20h55

O escritório da Organização das Nações Unidas no Brasil emitiu um alerta nesta quinta-feira sobre o uso do nome da entidade em uma fraude que já atingiu ao menos 100 mulheres brasileiras neste ano. Segundo a ONU, os golpistas se passam por funcionários ou voluntários da organização a fim de obter dinheiro e informações pessoais das vítimas.

Somente em 2016, o Fale Conosco da ONU recebeu mais de 100 pedidos ou questionamentos de brasileiras que, depois de conhecer homens pelas redes sociais, Skype ou sites de relacionamento buscaram a organização para confirmar as informações fornecidas pelo novo parceiro. O número de casos, no entanto, pode ser muito maior, já que nem todas as vítimas procuram as autoridades.

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O golpe – De acordo com o Centro de Informação das Nações Unidas no Rio de Janeiro, as vítimas contam que os homens se identificam como médicos ou voluntários da ONU em missões de paz na Síria, no Afeganistão ou no Iraque. Depois de alguns meses de relacionamento virtual, com a desculpa de vir ao Brasil para o primeiro encontro, os golpistas pedem quantias entre 500 e 700 dólares para os custos da viagem.

No entanto, o roubo pode não ser o único objetivo dos fraudadores. Além do dinheiro, eles pedem às vítimas uma carta em que elas assumem responsabilidade pelo estrangeiro enquanto ele estiver no Brasil – eles alegam que a carta é exigida pela ONU aos funcionários ou voluntários que solicitam férias.

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A carta é um dos requisitos do governo brasileiro para facilitar a concessão do visto para estrangeiros. Portanto, uma das hipóteses levantadas pelas autoridades é de que essa seja uma estratégia de grupos criminosos ou terroristas para, de fato, entrar no país.

Os incidentes já foram comunicados pelo escritório da ONU no Rio de Janeiro ao Departamento de Segurança das Nações Unidas e à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática. A recomendação da organização é que as mulheres abordadas por homens com histórias semelhantes entrem em contato com a entidade antes de fornecer suas informações pessoais.

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Segundo Ian Cook, diretor sênior de investigações na empresa de verificação de fraudes Kroll, o golpe relatado pelas mulheres à ONU é conhecido como fraude de pagamento antecipado e é comum em muitas partes do mundo. Segundo Cook, os criminosos costumam se passar por trabalhadores de grandes empresas internacionais ou órgãos transnacionais para extorquir as vítimas.

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O especialista alerta para alguns pontos em comum que podem ajudar a evitar que as brasileiras caiam no golpe. O uso de tradutores automáticos durante as conversas, por exemplo, é uma das características das fraudes realizadas por estrangeiros. É importante também sempre verificar os dados pessoais e as histórias contadas com uma pesquisa na internet (sites de buscas e redes sociais), além de, claro, não efetuar transferências de dinheiro.

A orientação às vítimas de golpes é que procurem a polícia e apresentem o máximo de informações possíveis sobre o criminoso. Materiais impressos, como a transcrição das conversas e dados sobre os perfis falsos utilizados pelos golpistas, podem ser úteis nas investigações.

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