Obama afirma que vai reformar política de imigração até o fim de 2014
Republicanos afirmam que presidente está "brincando com fogo" ao anunciar plano unilateral
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta sexta-feira que usará seus poderes executivos para reformar unilateralmente, antes do fim do ano, as políticas de imigração, o que pode impedir a deportação de cinco milhões de imigrantes ilegais. “Isto vai ocorrer antes do fim de ano”, disse Obama em uma coletiva de imprensa em Mianmar. O presidente disse ainda que o Congresso teve a oportunidade de apresentar seu próprio plano sobre o assunto, mas que nada foi feito.
Obama, que qualificou os Estados Unidos como um “país de imigrantes”, assinalou também que o sistema de imigração de seu país está quebrado e que necessita ser atualizado para enfrentar os problemas atuais.
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“Se o Congresso não atuar, eu usarei toda autoridade que possuo por lei para tentar melhorar o sistema”, disse o presidente americano. Segundo o jornal The New York Times, Obama planeja anunciar na próxima semana um pacote de medidas executivas que protegerão da deportação cinco milhões de imigrantes ilegais.
A publicação sustenta que uma “peça-chave” do plano de Obama é permitir que muitos pais de crianças que são cidadãos americanos ou residentes legais obtenham permissões de trabalho e evitem assim a ameaça da deportação.
Só essa parte do plano poderia beneficiar entre 2,5 e 3,3 milhões de pessoas, dependendo do tempo de permanência no país (dez ou cinco anos) que for fixado como requisito para os potenciais beneficiados.
Perante o iminente anúncio migratório do presidente, um grupo de republicanos liderado pelos senadores Ted Cruz, Mike Lee e Jeff Sessions ameaça bloquear a aprovação de fundos para financiar o funcionamento do governo e a “anistia ilegal” que, segundo eles, Obama pretende realizar.
O líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, pediu a Obama que não anuncie suas medidas sobre imigração até que o Congresso aprove, antes do próximo 11 de dezembro, o pacote de despesas que financiaria o governo em 2015. “O presidente disse que vai tomar medidas executivas. A questão é quando. Essa é sua decisão. Mas eu gostaria que as finanças do país estivessem resolvidas antes de fazer qualquer coisa nesse assunto”, disse Reid à imprensa nesta quinta-feira.
Enquanto isso, o presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner, reiterou que Obama está “brincando com fogo” e que qualquer ação unilateral que adotar eliminará a possibilidade de aprovar uma reforma migratória no Congresso, além de “pôr em perigo” o consenso bipartidário em outros assuntos.
(Com agências EFE e Reuters)