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O que dizem os torturados da Venezuela

Atacados por forças de segurança e por paramilitares a mando do presidente Nicolás Maduro, dez venezuelanos contam suas histórias a VEJA

Por Nathalia Watkins 12 abr 2014, 01h00

Os nomes Jorchual, Carkelys, Marvinia e Lourds podem parecer estranhos aos leitores da revista. Mas todos eles são de pessoas que poderiam perfeitamente ter nascido no Brasil. São estudantes esforçados que sonham em seguir uma boa carreira. Donas de casa preocupadas com o bem-estar dos filhos. Profissionais liberais com garra para trabalhar. Por terem nascido e viverem na Venezuela, porém, mesmo para as coisas mais elementares, como comprar carne em um açougue ou expressar sua opinião pessoal, eles precisam batalhar. Desde fevereiro, centenas de milhares de venezuelanos como eles foram às ruas protestar, na maioria das vezes pacificamente, contra o governo. O presidente Nicolás Maduro reagiu colocando todas as forças de segurança do Estado, além de milícias paramilitares, para reprimir as manifestações e espalhar o terror entre os cidadãos que ousam se organizar para lutar por seus direitos. A Venezuela vive, hoje, uma crise social da qual ainda não se pode antever uma saída. As forças a serviço de Maduro realizaram mais de 2 000 prisões arbitrárias. Os casos de tortura, no cálculo mais conservador, somaram 59. Quarenta pessoas morreram. O ataque aos cidadãos solapou o já frágil estado democrático de direito no país e criou uma situação ainda mais cruenta que a do primeiro período da ditadura brasileira, entre abril de 1964 e o Ato Institucional nº 5 (AI-5), de 1968, quando o regime ainda não havia organizado e intensificado os métodos de tortura. No mês em que se relembra o legado do golpe militar, ocorrido há cinquenta anos, o Brasil fecha os olhos para abusos que ocorrem na vizinhança. Para perplexidade dos venezuelanos, o que os representantes brasileiros têm feito até agora é legitimar as ações de Maduro, enquanto simulam uma mediação entre o governo chavista e a oposição. Na semana passada, o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, esteve em Caracas com outros dois chanceleres da América do Sul e com o núncio do Vaticano, Aldo Giordano, para uma reunião no Palácio de Miraflores. A oposição pediu a libertação dos presos políticos, o respeito ao direito de protestar e a independência entre os poderes. No início da reunião, porém, Maduro deixou claro que não se arrepende de nada. “Imaginem se tivéssemos sido fracos e os protestos tivessem me tirado daqui”, disse ele.

Os relatos das dez vítimas de tortura e espancamento que ilustram esta reportagem revelam que a repressão não é aleatória. Ela tem método e obedece a uma hierarquia, um indício de que Maduro poderia suspendê-la quando quisesse. Na linha de frente estão os colectivos, grupos de criminosos sustentados pelo governo. Vestidos à paisana e montados em motos, eles são ágeis e atuam principalmente contra a população mais pobre. De cada três protestos feitos neste ano, um foi vandalizado por colectivos. Eles têm liberdade para atirar com munição real e espancar os manifestantes à luz do dia e no meio da rua porque estão protegidos pelo anonimato e contam com a conivência das forças de segurança. Estas se dividem em três: a Guarda Nacional Bolivariana (GNB), um corpo militar encarregado da segurança interna do país, a Guarda do Povo, um braço da GNB, e a polícia. Cabe a essas instituições a tortura que ocorre nos porões do regime, em quartéis, delegacias e prédios públicos. O objetivo dos uniformizados não é zelar pela ordem pública, como seria de esperar em uma democracia, mas punir os cidadãos com base em preceitos ideológicos. Ou, como disse o próprio Maduro em março, ao pedir a intensificação da repressão: “Faço um chamado às Unidades de Batalha Hugo Chávez, às comunas, aos colectivos. Chama que se acende, chama que se apaga”.

Muitas das vítimas entrevistadas para esta reportagem contam que, enquanto eram espancadas, ouviam dos agressores perguntas de cunho político ou palavras de ordem típicas dos discursos do falecido presidente Hugo Chávez. Até pessoas que simpatizam com o chavismo têm sido torturadas quando sua lealdade é posta em dúvida por algum motivo. Não há nada de incomum nisso. As ditaduras comunistas do século XX, quando se sentiam ameaçadas, também se empenhavam em aterrorizar os próprios correligionários. O foco das forças oficiais e paramilitares venezuelanas é espalhar o medo e, assim, manter toda a sociedade inerte, prostrada, dentro de casa. A isso se dá o nome de terrorismo de Estado. Na cidade de Barquisimeto, no Estado de Lara, os colectivos entraram na casa de uma família de classe média, espancaram a mãe e sequestraram o filho, um estudante. A cada manifestação no bairro onde eles moram, o jovem é agredido, violentado sexualmente e obrigado a ligar para a mãe para contar o que sofreu. No bairro, os moradores, em solidariedade ao garoto, já não saem mais a protestar contra o governo. Outra forma de espalhar o terror é o chamado ruleteo, em que civis são pegos aleatoriamente e levados em carros militares ou da polícia. São roubados, ameaçados de morte e, depois de horas de tortura psicológica e agressões, são liberados. Qualquer um pode ser vítima.

Apesar da retórica de Nicolás Maduro, que acusa os cidadãos insatisfeitos com os rumos do país de serem “burgueses golpistas”, muitos dos presos e torturados por seu regime são pobres ou de classe média baixa. “Não tenho partido nem quero ter. Só sei que antes a política ficava na política; agora a política derrama sangue”, diz a costureira Marvinia Jiménez, que sofreu três dias de maus-­tratos por tirar fotos de uma manifestação (veja na pág. 94).

Não há como comparar o que acontece na Venezuela com os abusos policiais que eventualmente ocorrem durante protestos em países democráticos. Na Venezuela, a tortura é política de Estado, ocorre dentro de prédios do governo e, mesmo quando vem a público, não resulta na punição dos responsáveis. Em vez de investigarem os abusos, as autoridades venezuelanas transformam as vítimas em culpadas. Marvinia, por exemplo, foi indiciada por cinco crimes. Nenhum membro de colectivo foi preso. Ao acreditar na boa vontade de Maduro, o governo brasileiro só pode estar fingindo.

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“Senti que ia desmaiar”

José Ribas, de 19 anos, cursa direito na Universidade Central da Venezuela e é líder estudantil. No último dia 3, ele participava, dentro do câmpus, de uma reunião para listar propostas econômicas para o governo. As conclusões seriam expostas em faixas durante uma manifestação. De repente, 200 paramilitares chavistas invadiram a universidade e correram no encalço dos que estavam no evento, batendo em quem pudessem alcançar. Cinquenta deles lincharam José a pauladas. “Eu não podia nem gritar. Senti que ia desmaiar a qualquer momento”, diz. Os algozes gritavam que ele estava apanhando por convocar passeatas. Alguns estudantes tiveram as roupas arrancadas enquanto eram espancados. José foi levado por amigos ao hospital universitário. No corredor, soube que civis armados haviam estado ali procurando por ele. Ficou com tanto medo que fugiu antes de receber alta. “Os protestos não são um pretexto para derrubar Maduro. O que desejamos é que o governo se responsabilize pelo povo”, diz José.

“Sangrei por três dias”

Luiz Maximiano
Luiz Maximiano (VEJA)
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O estudante de comunicação Jorchual Gregory Vargas, de 19 anos (à direita),saiu com os amigos Juan Manuel Carrasco, de 21 anos (á esquerda),e Jorge Luis León, de 25 anos, para jantar e, em seguida, participar de uma manifestação contra o governo na cidade de Valência, a 170 quilômetros de Caracas, no dia 13 de fevereiro passado. Antes de chegar ao local da concentração do protesto, o carro do trio foi cercado por membros da Guarda Nacional Bolivariana (GNB). Os militares quebraram os vidros, jogaram uma bomba de gás lacrimogêneo dentro do veículo e obrigaram os três a sair a cacetadas. “Andem logo, seus malditos, que vamos fuzilar vocês”, diziam. Logo depois, Jorchual foi atingido por um disparo, provavelmente de bala de borracha, e posto contra a parede junto com os dois amigos, sempre apanhando dos fardados. Os três foram obrigados a se deitar no chão, em posição fetal, e passaram a receber golpes na cabeça e nas costelas. “Como vocês gostam de queimar coisas, vamos queimar o carro de vocês”, disse um dos guardas, em referência às barricadas montadas pelos manifestantes. Os três nunca haviam queimado um pneu na vida. No chão, Jorchual e seus amigos se abraçaram e rezaram enquanto apanhavam. Então Jorchual e Jorge Luis ouviram Juan Manuel gritar ainda mais alto. Um dos guardas estava usando o cano do fuzil para violentá-lo, no meio da rua. “Ele implorava para que não introduzissem nada nele”, lembra Jorchual. “De tudo o que sofri, essa parte foi a que mais me doeu. Sangrei por três dias. Além da dor física, eu me senti totalmente humilhado como homem. Nunca vou perdoar esse governo por isso”, diz Juan Manuel. O suplício de Juan Manuel, Jorchual e Jorge Luis não terminou ali. Eles foram levados com outros nove jovens para um quartel da Guarda Nacional. No caminho, amontoados em uma caminhonete, eram ameaçados de morte e de estupro. Na instalação militar, todos permaneceram de joelhos. Um cachorro da raça boxer, treinado para atacar, era mantido a curta distância para aterrorizá-los. Eles foram obrigados a se despir e receberam um banho de gasolina e, em seguida, de água. Depois, algemados uns aos outros em um pátio, em círculo, começaram a levar golpes na cabeça com capacetes e cassetetes. “Quem paga a vocês para participar das manifestações?”, gritavam os torturadores, enquanto lançavam bombas de gás lacrimogêneo e gás de pimenta sobre os jovens. O espancamento durou a noite inteira. Na manhã seguinte, receberam a visita de um promotor público. Ele explicou aos presos que, quando fossem soltos, deveriam dizer que tudo o que aconteceu foi por culpa deles mesmos. Em seguida, chegaram dois médicos-legistas. “Quando viram meu estado, eles começaram a chorar. Eu pedi ajuda, mas eles não nos deram nenhum remédio, só recomendaram repouso. Quando os médicos foram embora, voltamos a apanhar”, diz Juan Manuel. Depois de 48 horas, o tempo máximo que um cidadão na Venezuela pode ser mantido preso sem acusação formal, os jovens foram levados a uma audiência num tribunal que durou doze horas. “Quando chegamos, disseram que deveríamos fingir e nos comportar como se não estivéssemos sentindo dor”, diz Jorchual. Eles não tiveram direito a uma reunião prévia com advogados. Estão respondendo por delitos como alteração da ordem pública e ganharam liberdade condicional. A Justiça, controlada pelo chavismo, diz que está investigando a tortura. Trinta militares participaram das atrocidades, mas nenhum deles foi chamado para que as vítimas pudessem reconhecê-los. Um dos torturados tinha 16 anos.

“Eu me senti impotente”

Luiz Maximiano
Luiz Maximiano (VEJA)

Na cidade de Barquisimeto, capital do Estado de Lara, durante uma manifestação no dia 12 de março, tanques da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) e motoqueiros armados a mando do governo começaram a detonar bombas de gás e a disparar contra a multidão. A dona de casa Keyla Brito, de 41 anos, e sua filha, a estudante Carkelys Alvarez, de 17 anos (à esquerda), estavam a caminho do açougue. Pegas de surpresa no meio do tumulto, correram para se abrigar na casa de uma senhora, onde outras vinte pessoas também procuraram proteção. Lá, conheceram a estudante de direito Lourds Coemenarez, de 21 anos (à direita). Quando os confrontos na rua terminaram, todos deixaram a casa. Uma jovem foi atropelada. Um motorista se ofereceu para levá-la ao hospital, com a ajuda de Keyla, Carkelys, Lourds e outras quatro mulheres. No caminho, vinte motoqueiros da GNB cercaram o veículo e mandaram o motorista dirigir até um quartel. Outros quinze motociclistas armados, à paisana, se somaram à escolta. Três guardas femininas da GNB abriram as portas do carro. “Chegou carne fresca, chegou a diversão”, diziam elas. Com as pernas dormentes por causa do aperto no carro, a dona de casa e as jovens levaram alguns segundos para reagir à ordem de descer da caminhonete. A primeira frase que Lourds escutou foi: “Todas serão estupradas. Você vai permanecer nove meses aqui para parir e ficar marcada para sempre”. Carkelys foi puxada pelo cabelo para fora do carro e caiu de costas no chão. “Ao mesmo tempo em que usavam os seus capacetes para bater em nossa cabeça, as militares repetiam as palavras de ordem que os estudantes dizem nas manifestações”, conta Carkelys. As presas foram atiradas em um corredor. Elas tinham de ficar no chão, de cabeça baixa, enquanto os soldados diziam que havia homens há meses sem sexo ali e que iam trazer presos comuns para estuprá-las. “Alguns dos guardas disseram que, se os presos não nos estuprassem, eles mesmos fariam isso”, afirma Lourds. Quem falasse ou fizesse barulho apanhava em dobro. “Enquanto nos espancavam, diziam que deveríamos aprender a não falar mal de um governo que nos dá tantas coisas boas”, relata Lourds. Uma das que mais sofriam e choravam era a jovem que havia sido atropelada e estava com a perna machucada. “A sensação de impotência por não conseguir ajudar minha filha e as outras meninas doía muito. Eu tentava acalmá-las. Aí eles me batiam ainda mais”, diz Keyla. As guardas começaram a limpar as botas nos cabelos das presas. Não satisfeitas com essa humilhação, pegaram uma tesoura e cortaram os cabelos das vítimas, uma por uma. “Senti a tesoura três vezes. Na hora, nem tive coragem de passar a mão na cabeça. Só rezava”, diz Carkelys. Os soldados lançaram uma bomba de gás dentro do corredor e depois jogaram vinagre em cima das presas. Foi quando apareceu um militar e anunciou o fim da tortura: “Já está bom!”. As mulheres foram arrastadas para uma parte limpa do mesmo corredor, lavadas com água e atendidas por outras cinco integrantes da GNB, recém-chegadas. Elas perguntavam, cinicamente, o que tinha acontecido e ofereciam comprimidos para dor de cabeça. O teatro tinha o único objetivo de fazer com que as presas assinassem um documento afirmando não ter sofrido tortura. Todas foram obrigadas a fornecer seus dados pessoais e passar informações sobre sua rotina. Os oficiais, então, ligaram para outras pessoas por rádio para confirmar os dados. Só então elas foram liberadas.

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“Eu sentia muita dor”

Luiz Maximiano
Luiz Maximiano (VEJA)

O estudante de arquitetura Luis Gutierrez, de 26 anos, mora em San Antonio de Los Altos, nos arredores de Caracas. “Só no ano passado, fui assaltado duas vezes a mão armada dentro da universidade. É óbvio que estou insatisfeito com o meu país.” No dia 19 de fevereiro, ele tirava fotos de um protesto quando começou uma confusão. Luis e seu irmão Jorge, de 24 anos, tentaram sair de lá. Acabaram cercados por homens de moto, membros da Guarda do Povo, que responde diretamente ao presidente. “Eles ordenaram que deitássemos no chão. Indefeso, recebi um chute no olho”, diz Luis. Todos os manifestantes detidos foram roubados, espancados e ameaçados de morte. Depois de uma hora, os guardas amarraram os jovens com o cadarço de seus tênis. Ao todo, 44 manifestantes, cinco deles bastante feridos, foram levados para uma instalação militar. Luis foi encaminhado a um ambulatório. Os exames revelaram três fraturas no seu rosto. Apesar disso, ele não foi levado a um hospital, e sim de volta à cadeia, onde alguns de seus companheiros continuaram sendo submetidos a sessões de espancamento. Apenas dois dias depois Luis foi solto e pôde receber atendimento médico. “Durante todo o tempo, eu sentia muita dor e angústia”, diz ele.

“Não possao me calar”

Luiz Maximiano
Luiz Maximiano (VEJA)

A costureira Marvinia Jiménez, de 36 anos, mora em um bairro pobre de Valência e é mãe solteira de um menino de 7 anos. Desde o início dos protestos, ela fez panelaços contra o governo. No dia 24 de fevereiro, Marvinia foi atacada por integrantes da Guarda do Povo na rua de sua casa. Ela foi chutada e jogada ao chão. Uma guarda feminina sentou-se sobre a sua barriga, tirou o próprio capacete e começou a usá-lo para golpear o rosto e a cabeça da costureira. “Eu disse que estava grávida para que ela parasse de bater. Ela respondeu que, se fosse verdade, àquela altura já teria perdido o bebê.” Marvinia foi arrastada até uma moto e começou a gritar o próprio nome várias vezes, na esperança de que algum vizinho avisasse a sua família. Ela foi levada à sede da corporação, onde encontrou outros manifestantes feridos. Um deles era um idoso que vomitava sangue. Durante três dias, Marvinia não pôde tomar banho e foi obrigada a dormir no chão. Só ganhou comida depois do segundo dia. A guarda que espancou Marvinia foi identificada, mas continua livre. “O pior é saber que, se o meu caso for esquecido, um dia vou aparecer assassinada. Penso no futuro do meu filho. Mas não posso me calar”, diz Marvinia.

“Eu não conseguia reagir”

Luiz Maximiano
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O estudante de engenharia civil Jaime Yéspica, de 22 anos, participou de várias manifestações contra o governo, sempre de forma pacífica, na cidade de Maracay, capital do Estado de Aragua, no leste da Venezuela. Em um dos protestos, no fim do mês passado, ele precisou correr para se refugiar do gás lacrimogêneo que era lançado contra os estudantes. Jaime tentava entrar em um edifício com outros jovens para se abrigar quando percebeu que um grupo de homens armados, membros de milícias chavistas conhecidas como colectivos, corria atrás deles. Jaime ficou para trás. Ele foi agarrado, e um dos homens, um policial uniformizado, puxou uma pistola para ameaçá-lo. O estudante foi roubado e depois linchado por oito milicianos durante mais de três minutos. “Eu não conseguia reagir”, diz ele. “Esses colectivos são a vanguarda da repressão do governo, e eu tenho medo de que eles venham me procurar para terminar o que começaram.” Jaime, que vive com a mãe e a irmã mais nova, ficou dezoito dias longe de sua casa, em uma tentativa de despistar os membros da tropa paramilitar de Maduro. Ele teve o nariz e o seio frontal da face fraturados, e terá de passar por duas cirurgias para repará-los.

“Eles ameaçaram me matar”

Luiz Maximiano
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O estudante de comunicação Ignacio Rojas, de 24 anos, estava no apartamento de um amigo, próximo à conturbada Praça Altamira, em Caracas, palco de confrontos há mais de dois meses entre manifestantes e as forças do governo, quando a repressão aos protestos se intensificou. Como o gás lacrimogêneo se concentra nas áreas mais altas, Ignacio e o amigo resolveram descer para se proteger no pátio interno do prédio. Foi quando, sem nenhuma razão aparente, alguns policiais invadiram o pátio e o arrastaram para um camburão. “Eles diziam que eu deveria ficar calado, senão iriam me matar, e que era para eu parar de atirar pedra. Mas eu não estava fazendo isso. Aliás, nunca atirei pedras na polícia”, diz Ignacio, que foi algemado e passou quatro horas dentro do veículo escutando ameaças. “Os policiais diziam que eu iria apodrecer na cadeia e perguntavam por que nós estávamos protestando”, afirma Ignacio. Depois, ele foi levado a uma delegacia, onde ficou detido por dois dias sem acusação formal. “Violaram os meus direitos de cidadão”, diz.

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