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O que acontecerá com a economia inglesa após as eleições?

A formação de um governo de coalizão é a possibilidade que traz mais incertezas aos mercados

Por Veronica Sesti, de Londres
Atualizado em 8 jun 2017, 16h37 - Publicado em 8 jun 2017, 09h40

Com a concretização do Brexit cada vez mais próxima, a economia inglesa já deve começar a sofrer algumas consequências da separação logo após as eleições. A libra esterlina está sujeita a sofrer alterações significativas e a inflação, que já está encolhendo os salários, pode prejudicar ainda mais os trabalhadores no futuro. Os prováveis cenários para a economia variam de acordo com os possíveis resultados da eleição, devido aos posicionamentos e propostas contrastantes dos duas principais legendas, Conservadora e Trabalhista, que disputam hoje a liderança de Westminster.

Maioria conservadora

A curto prazo, as previsões econômicas e impactos no mercado internacional estão mais favoráveis para um governo conservador. Quando as eleições antecipadas foram anunciadas pela primeira ministra, em abril, as pesquisas de intenção de voto apontavam uma vitória esmagadora dos conservadores com 48% dos votos contra apenas 24% para trabalhistas. Mesmo com as mudanças consideráveis e a ascensão de Jeremy Corbyn nas últimas enquetes, os mercados já estão preparados para a eleição de um governo conservador, de modo que este resultado não irá causar instabilidade na economia.

O partido de Theresa May tem um projeto mais sólido para o Brexit, com a saída do mercado comum e o fim da livre circulações de pessoas. Apesar deste cenário não ser o ideal para o mercado internacional a longo prazo,  traz previsibilidade e estabilidade para os negócios. Este resultado é visto como o mais positivo para a libra imediatamente após a votação. Com uma maioria conservadora em Westminster, a moeda provavelmente começaria a ser mais impactada depois do início das negociações do Brexit, 11 dias após o pleito. “Os mercados tendem a preferir governos de direita de qualquer forma,” diz o cientista político britânico John-Paul Salter, da King’s College London.

Entretanto, se for eleito um governo com uma enorme maioria conservadora, aumenta a possibilidade da saída do bloco europeu sem acordo nenhum.  May e seu partido já afirmaram que preferirão não ter nenhum negócio com a União Europeia (UE) do aceitar um acordo que considerem ruim para o Reino Unido.

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“Os Tories estão tão confiantes com o futuro de uma Grã-Bretanha global fora da UE que acham que a opção de não ter acordo nenhum com o ex-sócios europeus não seria uma má ideia,” diz Salter.

Maioria Trabalhista

Ao contrário dos conservadores, os trabalhistas não têm uma proposta concreta para o Brexit e se mantém em cima do muro em questões como a imigração. Portanto, os britânicos, o mercado e a própria União Europeia ainda não sabem ao certo o que lhes espera caso seja eleito um governo de esquerda.

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Caso Corbyn seja eleito hoje, haverá uma desvalorização imediata da libra. Os planos dos trabalhistas incluem propostas como o aumento do salário mínimo e a re-estatização do sistema ferroviário britânico e do correio (Royal Mail). O aumento dos salários pode se tornar apenas mais um incentivo para a saída de empresas do país, enquanto a re-estatização, vista na Europa e Reino Unido como uma medida ultrapassada, passa uma mensagem de incerteza aos investidores.

Governo de coalizão

Um governo de coalizão é formado quando nenhum dos dois grandes partidos consegue eleger sozinho 326 assentos na House of Commons e precisa forjar alianças com legendas menores para formar uma maioria parlamentar. Este tipo de governo não só traz insegurança para a política do país, mas também pode atrasar e complicar as negociações do Brexit. É o resultado mais caótico para o mercado, com previsão de uma queda drástica da libra. “Qualquer tipo de coalizão entre partidos acaba destruindo planos prévios. Isso traz uma insegurança muito grande para os mercados, porque não deixa espaço para previsão do que será o Brexit,” diz Salter.

 

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