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Mulheres cristãs formam milícia para enfrentar o Estado Islâmico na Síria

Casadas, solteiras, com ou sem filhos, e inclusive com netos, as integrantes das FPMB querem demonstrar que as mulheres também podem lutar

Por Da Redação
9 jul 2016, 10h20

Cansadas de ver como o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) ameaça seus povos no nordeste da Síria, as cristãs decidiram pegar em armas para lutar contra os radicais em uma milícia que combate ombro a ombro com os homens. “Eu me uni porque nos tempos atuais não devemos nos sentar em casa para ver o que acontece com nossos povoados e nossa gente, não queremos ver outro massacre, por isso que tomei o caminho das armas”, disse à Agência Efe pela internet a porta-voz das Forças de Proteção da Mulher Beznahrin (FPMB), Nisha Gawriye.

Este grupo lembra o contingente feminino mais famoso da Síria, as Unidades de Proteção da Mulher, ramo feminino das milícias curdo-sírias, nas quais elas sempre tiveram um papel preponderante, e inclusive comandaram batalhas épicas contra os jihadistas como a de Kobani. No entanto, Gawriye diz que, por enquanto, seu grupo não mantém qualquer relação com as forças curdas, embora pretenda estabelecer laços em breve. As FPMB nasceram há quase um ano como a seção feminina do Conselho Militar Siríaco Sírio, uma facção armada cristã que atua, sobretudo, na província de Al Hasaka, no nordeste do país. Lá, a maioria dos fiéis cristãos são assírios, um grupo étnico que segue várias igrejas como a caldeia, a siríaca ortodoxa e a igreja do leste.

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De fato, o nome das FPMB, “Beznahrin” (casa dos dois rios, em idioma siríaco), faz referência à maneira com que os assírios denominam a Mesopotâmia em sua língua. Gawriye explicou que as fileiras do FPMB são integradas por “centenas” de mulheres, já que não quis dizer o número exato, sobretudo, cristãs, embora também haja de outras crenças, com idades que oscilam entre os 18 e os 60 anos.”Estamos abertas a todas as religiões”, assegurou a jovem, que decidiu abandonar a universidade para se unir à luta armada, apesar da oposição inicial de seus pais. “Temiam por mim, como qualquer pai e mãe que têm medo por seus filhos, mas lhes expliquei meus objetivos e princípios”, disse.

Treinamento – Antes de entrar no campo de batalha, as novas recrutas recebem treinamento em alguma das academias da milícia em Al Hasaka. “A formação que recebemos é boa, muito treino no uso de armas e nas artes do combate”, afirmou Gawriye. Seu trabalho consiste em vigiar igrejas, patrulhar as ruas e realizar revistas, além de participar de ofensivas militares contra o EI.

Gawriye lembrou que as FPMB lutaram contra o “Daesh” (acrônimo em árabe de Estado Islâmico) nos últimos meses nas frentes de Al Hul e de Al Shadadi, no sul de Al Hasaka. Na sua opinião, quase não há diferença entre um homem e uma mulher no campo de batalha, “somente o corpo, porque a constituição do homem é maior”, embora, tenha refletido, “a mulher seja mais paciente, especialmente na frente de combate”.

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Casadas, solteiras, com ou sem filhos, e inclusive com netos, as integrantes das FPMB querem demonstrar que as mulheres também podem lutar. “Queremos testar a nós mesmas em todos os âmbitos, fortalecer nossa personalidade e defender nossa terra e nosso povo mano a mano com os homens”, ressaltou Gawriye, para quem a única maneira de derrotar o EI é com “resistência”. Mesmo assim, seu objetivo vai além de vencer os jihadistas e expulsá-los do território sírio: “Buscamos a igualdade da mulher na sociedade, essa é a meta de todas nossas metas, porque a sociedade é incompleta sem mulheres”.

(Com agência EFE)

As soldadas da Forças de Proteção da Mulher Beznahrin
As soldadas da Forças de Proteção da Mulher Beznahrin (VEJA)
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