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Mulher de Mujica assume vice-presidência do Uruguai

A ex-primeira-dama ocupará o lugar de Raúl Sendic, que renunciou no sábado em meio a um escândalo sobre o uso de cartões corporativos

Por Da redação
Atualizado em 13 set 2017, 14h55 - Publicado em 13 set 2017, 13h37

A ex-primeira-dama e ex-guerrilheira Lucía Topolansky, 72 anos, mulher do ex-presidente José Mujica, assumiu nesta quarta-feira o cargo de vice-presidente do Uruguai, após a renúncia de Raúl Sendic no sábado. Depois de uma votação no Parlamento, que aceitou a renúncia de Sendic, Topolansky passará a presidir a Assembleia Geral (deputados e senadores) e o Senado, postos exercidos pelo vice-presidente.

A renúncia de Sendic, que deixou seu posto em meio a um escândalo sobre o uso de cartões corporativos para gastos pessoais quando presidiu a companhia estatal de petróleo Ancap e por apresentar um título acadêmico que não possui, foi aprovada pelos 123 legisladores presentes na Palácio Legislativo.

“Lucía Topolansky passará a ocupar a presidência da Assembleia Geral e da Câmara dos Senadores”, leu a senadora Monica Xavier, da governista Frente Ampla, que presidiu a sessão que durou cinco minutos. A leitura supõe a posse automática de Topolansky como vice-presidente, ao estar em suas mãos o nexo entre Poder Executivo e Poder Legislativo.

Esposa do ex-presidente José Mujica, Lucía integra a sigla mais votada nas últimas eleições, dentro da coalizão de esquerda Frente Ampla, e isso a colocou na primeira posição na linha de sucessão presidencial. Mujica, chefe desse grupo, não pode exercer a vice-presidência, porque a Constituição do Uruguai impede um ex-presidente de ocupar novamente a primeira magistratura por até cinco anos após deixar o cargo.

A ex-guerrilheira, que integrou o Movimento de Libertação Nacional MLN-Tupamaros, passou 13 anos presa em sua juventude, pouco antes do golpe de Estado de 1973. Ela é a primeira mulher a ocupar a vice-presidência no Uruguai.

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‘Situação difícil’

O primeiro ato de Topolansky será presidir uma sessão do Senado que autorizará uma viagem do presidente Tabaré Vázquez à Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York. Na ausência do chefe de Estado, ela o substituirá à frente da Presidência da República, cargo que ocupou brevemente no governo do marido durante viagens oficiais. Vázquez foi eleito no segundo turno nas eleições de 2014 e tomou posse em março de 2015 para um mandato de cinco anos.

Topolansky, que em 25 de setembro completará 73 anos, não esconde sua tristeza com a situação de Sendic, filho de um dos dos fundadores e ícone do Movimento de Libertação Nacional MLN- Tupamaros. Sendic era um apadrinhado político do casal Mujica-Topolansky e deixou o cargo depois de uma decisão do Tribunal de Conduta Política (tribunal ético) de seu partido. Essa corte se pronunciou sobre seu comportamento em relação ao uso de cartões corporativos oficiais quando era diretor da petroleira estatal Ancap.

O tribunal considerou que “o quadro geral apresentado pelos atos descritos” do agora ex-vice-presidente “não deixa dúvidas de um modo de atuar inaceitável no uso de dinheiro público”. Além deste caso, no ano passado, Sendic admitiu que não era formado em Genética Humana como se acreditava até então.

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Em declarações à rádio El Espectador, a ex-primeira-dama demonstrou consternação diante do caso, enquanto Sendic enfrentará processos judiciais. “Para mim é uma situação difícil. Iniciar neste cargo porque o companheiro teve que renunciar em tais circunstâncias (…) Não é agradável”, declarou, visivelmente abalada.

Na segunda-feira (11), o presidente Vázquez elogiou Lucía Topolansky – muito mais à esquerda do que ele próprio na coalizão do governo – e afirmou que é uma “profunda conhecedora do sistema político (e) profunda conhecedora da realidade do país”. Pelo Twitter, Sendic saudou hoje a chegada de Topolansky à vice-presidência. “Lucía, mulher, lutadora de sempre, à frente do Parlamento: lhe desejo uma muito boa gestão e apoio para a felicidade do país”, tuitou.

(com AFP)

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