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Marine Le Pen, o rosto da extrema-direita francesa

Aos 48 anos, a "eurocética" seguirá para o segundo turno das eleições contra o centrista Emmanuel Macron, segundo pesquisas de boca de urna

Por Da redação
Atualizado em 3 Maio 2017, 12h37 - Publicado em 23 abr 2017, 16h05

Marine Le Pen surgiu nos últimos anos para mudar a face do partido de extrema-direita que herdou de seu pai e se transformar no rosto mais amigável de um movimento que não deixou de crescer eleitoralmente.

Aos 48 anos, em sua segunda campanha presidencial, a “eurocética” seguirá para o segundo turno das eleições contra o centrista Emmanuel Macron, segundo indicaram pesquisas de boca de urna neste domingo 23.

Le Pen segue, assim, os passos de seu pai, que conseguiu chegar ao segundo turno das eleições presidenciais de 2002. Mas, ao contrário de Jean-Marie Le Pen, fundador da Frente Nacional (FN), Marine o fará com um eleitorado mais consolidado e amplo.

O segundo turno de 7 de maio, para o qual nenhuma pesquisa a coloca como vencedora contra Macron, mostraria os limites de sua aposta, que, apesar de ter ampliado sua base eleitoral, não conseguiu superar as limitações impostas pelo sistema.

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Marine conseguiu fazer com que seu partido obtivesse grande adesão, um eleitorado fiel, que perdoa inclusive as acusações de financiamento ilegal de seu movimento pelas quais já foi punida no Parlamento Europeu. Mas ela não conseguiu evitar sua enorme rejeição em outra parte da sociedade.

A candidata se move como uma equilibrista entre as propostas radicais herdadas de seu pai e o rosto mais aceitável da extrema-direita para conquistar o Palácio do Eliseu.

A candidata evita as referências à Segunda Guerra Mundial que tantas dores de cabeça causaram a seu pai — e inclusive a ela mesma nesta campanha –, e ataca a imigração alegando insegurança, defendendo a preferência francesa e o patriotismo econômico, seu tema de campanha favorito após comprovar que o mesmo funcionou nos Estados Unidos para Donald Trump.

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Tudo isso depois de ter cortado o cordão umbilical com seu progenitor em 2015, o que lhe rendeu uma novela familiar durante meses, mas que acabou trazendo independência para a líder e a consagrando como um dos rostos mais conhecidos da extrema-direita europeia.

Nascida em 5 de agosto de 1968, Marine Le Pen começou cedo sua militância política, sempre à sombra de seu pai. Aos 18 anos, filiou-se à Frente Nacional e, ajudada por seu sobrenome, não teve problemas em subir degraus em sua estrutura interna.

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A filha de Jean-Marie Le Pen se transformou em um ativo eleitoral que se candidatou em diversos pleitos legislativos e locais, além de conciliar a carreira política com a de advogada em Paris entre 1992 e 1998.

Quando o pai chegou ao segundo turno, em 2002, a França descobriu em uma infinidade de anúncios na televisão que por trás de seus cabelos loiros estava uma mulher de palavra fácil e personalidade forte. Ali nascia uma estrela política que, com o passar dos anos, foi conquistando sua liderança. Primeiro dentro do partido, onde teve que suportar os ataques da velha guarda, que a considerava “uma pessoa sem escrúpulos” e que não aprovavam a mudança “amável” que ela liderava.

Até que, em 2011, Marine Le Pen assumiu as rédeas da FN e liderou o partido, no ano seguinte, em suas primeiras eleições presidenciais, nas quais terminou em terceiro lugar com 17,9% dos votos, um percentual maior que o obtido por seu pai dez anos antes.

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Assim, sua legitimidade já não podia mais ser contestada dentro do partido, e Marine se lançou à conquista de novos horizontes, acompanhada de uma nova guarda mais jovem e moderna, na qual se destacam seu marido, Louis Aliot, e seu braço direito, Florien Philippot.

Essa estratégia permitiu que ela conquistasse as classes operárias e desfavorecidas que se consideram esquecidas pelo sistema e que pagam os efeitos da globalização sobre seu modo de vida.

Le Pen escolheu o distrito de Hénin-Beaumont como laboratório de sua aposta, um território no norte do país marcado pela desindustrialização e que converteu em seu reduto eleitoral.

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Nas eleições municipais de 2014, seu partido conquistou uma dezena de câmaras municipais, o que permitiu nomear dois senadores.

Naquele mesmo ano, nas eleições europeias, a FN terminou como a força mais votada com um quarto dos votos, algo que se repetiu nas regionais do ano seguinte, quando o partido chegou perto de 7 milhões de votos, um recorde na história da legenda.

Um resultado que agora Marine Le Pen terá que multiplicar para conseguir chegar ao Palácio do Eliseu e finalizar seu sonho de remover do poder as elites “desconectadas do povo”.

(Com a agência EFE)

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