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Líderes das Américas abrem cúpula dominada por Cuba, comércio e drogas

Por Por Gerard Aziakou
14 abr 2012, 17h46

Líderes regionais abriram neste sábado em Cartagena, Colômbia, a 6ª Cúpula das Américas, uma conferência de dois dias com vistas a impulsionar a expansão do comércio e tratar de questões controversas, tais como as alternativas à fracassada guerra contra o narcotráfico e as relações com Cuba.

A conferência de dois dias foi inaugurada formalmente sob um forte esquema de segurança nesta histórica cidade do norte do país, com a presença dos presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, dos Estados Unidos, Barack Obama, e outros 29 líderes democraticamente eleitos do hemisfério ocidental.

Anteriormente, a cantora colombiana Shakira interpretou à capela o hino nacional da Colômbia no Centro de Convenções desta antiga cidade murada, banhada pelo Caribe.

Entre os ausentes estão o presidente venezuelano, Hugo Chávez, que luta contra um câncer e não pôde viajar por recomendação médica. Ele tinha previsto ir a Cuba para dar continuidade às sessões de radioterapia no âmbito do tratamento contra a recorrência de um tumor maligno diagnosticado no ano passado, informou seu chanceler, Nicolas Maduro.

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Outro ausente é o presidente nicaranguense, Daniel Ortega, informou o colega hondurenho, Porfirio Lobo, segundo quem Ortega não deu uma razão para a sua falta.

O presidente equatoriano, Rafael Correa, ao contrário, decidiu boicotar a cúpula por causa da exclusão de Cuba, país ao qual faltam, segundo Washington, credenciais democráticas.

O tema oficial do encontro é “Conectando as Américas: Parceiros para a Prosperidade”, mas durante o evento, duas questões controversas deverão dominar a agenda: os prós e contras da legalização das drogas e a exclusão continuada de Cuba da cúpula.

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Obama, que chegou na sexta-feira em sua primeira visita à Colômbia, afirmou que seu objetivo ali é abrir novos mercados para produtos americanos.

“Estarei pensando em como podemos fechar mais negócios, acessar mais mercados e mais consumidores na região”, declarou Obama na sexta, durante escala em Tampa, Flórida.

Mas a maioria de seus colegas latino-americanos querem discutir uma nova estratégia para enfrentar o narcotráfico e seu desejo de ver Cuba representada na cúpula.

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Embora não esteja formalmente na agenda, os efeitos devastadores do narcotráfico são uma grande preocupação para os principais líderes da região.

O presidente guatemalteco, Otto Pérez Molina, disse que planeja levar adiante a proposta de abrir um diálogo de alto nível com vistas a novas estratégias para combater o tráfico de drogas, inclusive a descriminalização e a regulamentação do mercado de drogas.

Líderes centro-americanos se reuniram no sábado para discutir a questão à margem da cúpula, mas não conseguiram chegar a um consenso sobre a proposta guatemalteca durante o encontro, do qual participaram, além de Pérez, os presidentes de Honduras, Porfírio Lobo; Costa Rica, Laura Chinchilla; e Panamá, Ricardo Martinelli, e se ausentaram os chefes de Estado de Nicarágua e El Salvador.

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Falando a uma conferência empresarial da região prévia à cúpula, Obama disse ser favorável ao debate sobre alternativas à atual estratégia adotada na guerra regional contra o narcotráfico, mas disse ser contrário à descriminalização ou à legalização das drogas.

“Penso ser uma agenda valiosa conversarmos se as leis vigentes são leis que fazem mais mal do que bem em alguns lugares”, afirmou o líder americano neste sábado. “Não podemos tratar a questão da oferta sem olhar para a questão da demanda dos Estados Unidos”, acrescentou.

Sobre Cuba, Obama disse na sexta-feira que o regime comunista de Havana carece de credenciais democráticas para participar da conferência.

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Os Estados Unidos e o Canadá são contrários a qualquer referência a Cuba no esboço da declaração final preparado pelos ministros das Relações Exteriores da região, segundo fontes diplomáticas.

Mas os líderes poderiam rever a questão para chegar a um acordo final.

O chanceler argentino, Hector Timerman, tem pressionado a cúpula para fazer uma “nova manifestação de solidariedade” a Buenos Aires na disputa com Londres pelo arquipélago das Malvinas.

Neste mês, Argentina e Grã-Bretanha marcaram os 30 anos da guerra pelo controle das ilhas do Atlântico Sul, nas mãos dos britânicos.

Mas o esboço da declaração final preparado pela Colômbia se concentra na erradicação da pobreza, na integração regional, no crime transnacional e no aumento do acesso à tecnologia, deixando de lado temas controversos como Cuba, o combate ao narcotráfico e a reivindicação argentina sobre o território das Malvinas.

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