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Líder neonazista abandona movimento e revela ser gay e judeu

Preso por racismo em março, Kevin Wilshaw diz ter sido alvo de abusos por integrantes do movimento do qual fez parte por mais de 40 anos por ser gay

Por Gustavo Silva Atualizado em 18 out 2017, 18h11 - Publicado em 18 out 2017, 17h54

Um líder neonazista inglês anunciou sua saída do movimento supremacista branco na mesma entrevista na qual revela ser gay e ter ascendência judaica. Kevin Wilshaw, ativo até o início deste ano em eventos de grupos extremistas e uma das personalidades mais conhecidas nos anos 1980 da Frente Nacional Britânica (FNB), partido de extrema direita cuja filiação é permitida apenas para brancos, fez as revelações à rede de TV britânica Channel 4.

“Você só percebe que o que você está fazendo é errado quando você vira um alvo”, disse Wilshaw, ao admitir ter participado e presenciado agressão a pessoas por motivos de cor, raça e sexualidade. “Em um ou dois casos recentes, fui alvo da fúria e de abusos pelo grupo do qual eu queria fazer parte quando desconfiaram que eu era gay”, revelou.

John Kevin Wilshaw
John Kevin Wilshaw (Google+/Reprodução)

Wilshaw, de 58 anos, foi preso nos anos 1990 por depredar uma mesquita na Inglaterra e em março deste ano por insultos racistas na internet. Sobre o passado, ele confessou já ter atacado diversas pessoas, inclusive “quebrado uma cadeira na cabeça” de uma. De acordo com a Hope Not Hate, organização que combate ideologias extremistas, o britânico é ligado a movimentos neonazistas desde 1974. Na entrevista, ele descreve o racismo como “lixo”.

Ao abandonar as ligações neonazistas, Wilshaw revelou que “gostaria de ferir” as pessoas ligadas a movimentos extremistas. “Quero causar algum estrago, não às pessoas comuns, mas àqueles que propagam esse tipo de lixo, mostrar como é viver uma mentira aos que estão na outra ponta de quem recebe esse tipo de propaganda.”

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Wilshaw explicou que o “ódio aos judeus” e “o senso de camaradagem” o levaram a se afiliar à FNB. “Não tinha muitos amigos na escola, e queria ser membro de um grupo com algum objetivo, que, apesar das visões extremas serem rejeitadas pela sociedade, te dá um senso de camaradagem por ser parte de um grupo que está sendo atacado por outras pessoas”, disse.  A herança judia, ele disse, veio por parte da família de sua mãe.

Crimes de ódio

O governo britânico divulgou nesta terça-feira que houve um aumento de quase 30% dos crimes de ódio na Inglaterra e País de Gales entre 2016 e 2017, com 80.400 ocorrências registradas por abusos motivados por “raça, nacionalidade, religião ou outros fatores”. São os maiores números já registrados em seis anos, quando esse tipo de delito começou a ser medido.

De acordo com informações divulgadas pelo ministério de Interior britânico, picos de crimes de ódio foram registrados em momentos específicos, como o atentado terrorista em março em Londres, a explosão em Manchester em junho e outra série de ataques na capital britânica em junho. “Acreditamos que o aumento dessas ocorrências reflete um aumento genuíno de crimes de ódio à época do referendo sobre a União Europeia e também a melhora do sistema de registros por parte da polícia”, declarou o porta-voz do gabinete.

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