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Líder da Frente Nusra anuncia ruptura com a Al Qaeda

O grupo terrorista sírio liderado por Abu Mohammed al-Julani será uma "nova formação não terá vínculos com lugar estrangeiro algum"

Por Da redação
Atualizado em 28 jul 2016, 18h29 - Publicado em 28 jul 2016, 18h11

O líder da Frente Nusra, Abu Mohammed al-Julani, anunciou nesta quinta-feira a ruptura do grupo com a Al Qaeda. Em uma aparente tentativa de retirar a organização da lista de grupos terroristas, Julani explicou que a “nova formação não terá vínculos com lugar estrangeiro algum” e passa a se chamar Frente da Conquista do Levante, em referência à Síria.

Entretanto, o anúncio não surtiu efeito em Washington. Após a divulgação do vídeo, autoridades dos EUA afirmaram que a mudança não fará com que a facção deixe de ser alvo dos ataques aéreos americanos, que visam o grupo na região norte da Síria há dois anos.

“Esperamos criar um corpo unificado, baseado na ‘shura’ (consulta, em termos islâmicos), unindo as pessoas para liberar suas terras e dando vitória a sua fé”, disse Julani, que pela primeira vez apareceu com o rosto descoberto em um vídeo, transmitido pela rede de televisão Al Jazeera.

O líder da nova organização apontou que também quer cumprir com os desejos dos sírios e expor as decepções sofridas por eles devido à atuação da comunidade internacional. “Com a Rússia e os Estados Unidos à frente, promovendo bombardeios implacáveis e o deslocamento dos muçulmanos do Levante”, afirmou.

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O líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri, havia comunicado mais cedo em um vídeo ter autorizado a Frente Nusra a romper os vínculos com a matriz caso isso seja benéfico para a unidade dos combatentes do grupo e para a luta armada na Síria.

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Julani, que apareceu usando um uniforme militar e um turbante branco, agradeceu Al-Zawahiri e o “número 2” do grupo, Hassan Abul Jair, por suas posturas. “Eles deram prioridade aos interesses do povo do Levante (Síria), a sua jihad e a sua revolução”, afirmou.

Segundo o líder da Frente Nusra, isso representa um exemplo de como “colocar a necessidade e os interesses de uma comunidade à frente aos do grupo”.

Durante seu discurso, de três minutos e meio, Julani enumerou os objetivos da Frente da Conquista do Levante: “Estabelecer a religião de Alá, tomando como base a sharia (lei islâmica), unificar as facções e libertar o Levante do governo do tirano (Bashar Assad); proteger a jihad na Síria, servir os muçulmanos, atendendo suas necessidades diárias e garantir a segurança”.

Histórico

A Frente Nusra surgiu no início de 2012 como uma organização vinculada à Al Qaeda no território sírio, depois do início do conflito no país no ano anterior.

Com a aparição em abril de 2013 do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, precursor do grupo Estado Islâmico (EI), e sua posterior expansão, Al-Zawahiri nomeou a Frente Nusra como filial oficial da Al Qaeda e ordenou ao EI que limitasse suas operações ao Iraque, algo que foi desobedecido pela organização.

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Durante esse tempo, a Frente Nusra seguiu a estratégia de se associar às brigadas rebeldes sírias para colaborar nas batalhas contra as forças governamentais de Assad. No entanto, tanto a Frente Nusra como seus aliados sofreram importantes derrotas recentes impostas pelo regime. As últimas delas na periferia da cidade de Aleppo, a maior do norte do país.

A associação com a Al Qaeda fez com que a Frente Nusra fosse excluída junto com o EI das tréguas declaradas neste ano no território sírio entre o governo de Damasco e os grupos de oposição. O grupo também foi vetado de participar das negociações sobre a paz.

(Com EFE)

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