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Legalização da maconha muda cenário do narcotráfico nos EUA

Desde 8 de novembro, oito estados liberaram uso recreativo da droga. Tráfico para o México também está aumentando

Por Da redação
3 dez 2016, 20h50

O tráfico de drogas entre o México e Estados Unidos está tomando a direção inversa após a legalização do uso recreativo da maconha ser aprovado em mais quatro estados, no referendo do último dia 8 de novembro nos EUA. Segundo a Associação de Psiquiatras Latinos americanos, a droga agora tem saído dos Estados Unidos.

Durante as eleições presidenciais americanas, vários referendos foram votados, como a pena de morte, o ajuste do salário mínimo e a legalização do uso recreativo da cannabis — que foi aprovada no estado da Califórnia, Massachusetts, Nevada e Maine. Além das quatro aprovações, o uso recreativo já era legalizado em outros quatro estados americanos e em Washington D.C. O uso medicinal da planta também já está em vigor em 28 estados.

O fato é que as decisões americanas estão influenciando diretamente no contrabando da maconha para o território mexicano. “É o que eu chamaria de contrabando inverso, agora a maconha vai dos EUA para o México”, afirmou Bernando Ng Solís, presidente da Associação de Psiquiatras Latinos do EUA, durante uma conferência sobre “Drogas e Saúde Mental” no México. “É muito fácil conseguir maconha medicinal na Califórnia e há quem a traga para o México agora para consumo e a revenda aqui, depois de ter conseguido a erva legalmente nos EUA”, declarou Ng Solís.

O México é o maior produtor de maconha do continente americano e continua sendo uma indústria multimilionária que é dirigida clandestinamente por organizações criminosas. Enquanto isso, em parte dos EUA essa indústria cai cada vez mais nas mãos de empresários privados. Um estudo do Instituto Mexicano para a Competitividade (IMCO) considera que a legalização da maconha para fins recreativos em, ao menos, um quinto dos estados americanos seja um golpe formidável para os narcotraficantes do México.

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“Perder essa fonte de comércio seria a mudança mais estrutural no narcotráfico desde a chegada massiva da cocaína – entre os anos de 1980 e o começo de 1990”, destacou o presidente da Associação. O especialista Alejandro Hope prevê que este processo pode resultar até na legalização da droga no México, mas lembra que é preciso superar numerosos obstáculos para isso, entre eles a opinião pública.

Uma pesquisa local mostrou que 76% dos mexicanos rechaçam a legalização recreativa da erva, em contradição aos 74% que são a favor do uso terapêutico. O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, enviou ao Congresso, em abril do ano passado, uma iniciativa para o uso da planta na medicina e para aumentar a dose mínima permitida (cinco gramas), no caso de porte pessoal, para 28 gramas. A proposta enfrentou dura resistência principalmente pelo último aspecto. A Igreja Católica e grupos civis conservadoras não querem aumentar a quantidade para porte.

(Com ANSA)

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