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Justiça ordena abrir testamento de Pinochet

Por Matias Recart
24 abr 2012, 17h42

Há mais de cinco anos da morte do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, a justiça determinou a abertura, nesta quarta-feira, de seu testamento, que está embargado no âmbito de uma investigação que quer estabelecer a origem de sua fortuna, estimada em 26 milhões de dólares.

“A juíza Soledad Araneda, do terceiro Juizado Civil de Santiago, convocou uma audiência nesta quarta-feira e ordenou abrir o testamento de Pinochet”, disse à AFP, nesta terça-feira, uma fonte judicial que pediu para manter sua identidade preservada.

O testamento de Pinochet, que morreu aos 91 anos em 10 de dezembro de 2006, está sob custódia de um tabelião de Santiago, que, junto de duas testemunhas, serão os únicos presentes na abertura do documento, acrescentou a fonte.

A família de Pinochet, composta pela viúva Lucia Hiriart e seus cinco filhos, não estará presente à abertura do testamento, modificado pelo ex-ditador um ano antes de sua morte.

Por estar embargado e para evitar problemas devido a que evidenciaria os favoritismos do ex-ditador, sua família se negou até agora a abrir o documento.

“Nós, filhos, não estamos interessados em abrir algo que está embargado. Até pode nos trazer problemas, como dizer que um recebe mais do que o outro, que é o mais provável”, disse a filha mais velha do ex-ditador, Lucía Pinochet, em declarações ao jornal La Segunda, em outubro do ano passado.

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Nesta terça-feira, Lucía Pinochet denunciou uma “perseguição política” contra a figura do seu pai e disse não ter nenhuma expectativa quanto ao conteúdo do documento.

“Por trás disso há uma perseguição política (…) Já se viu que meu pai não tem mais dinheiro do que lhe deram e provaram. Buscam dinheiro que não existe”, disse a filha do ex-ditador.

“Eu, pelo menos, não tenho nenhuma expectativa. Vou esperar que se abra e aí, veremos”, acrescentou.

A fortuna de Pinochet foi estimada em 26 milhões de dólares, 20 dos quais correspondem a cifras depositadas em contas bancárias no exterior. O restante refere-se a propriedades e dinheiro depositado no Chile, tudo sobre o qual pesa o embargo judicial.

Sua família disse que o dinheiro é fruto de poupança e investimentos feitos em vida por seu pai e não de enriquecimento ilícito.

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Uma investigação por ‘má gestão de recursos públicos’ contra a família do ex-ditador foi arquivada pela Suprema Corte.

A Justiça quer resgatar parte dos recursos a fim de assegurar o pagamento de eventuais indenizações por processos judiciais ainda em curso e impostos devidos.

A família do ex-ditador alega viver uma complicada situação econômica. Em fevereiro, a filha caçula, Jacqueline, revelou em entrevista que precisou vender jóias e móveis para sobreviver.

Após a morte do ex-ditador, seus filhos e viúva têm permanecido quase no anonimato.

Pinochet morreu processado pela justiça, que não conseguiu, no entanto, condená-lo pelas mais de 3.000 mortes causadas durante a ditadura que presidiu (1973-1990).

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