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Japão detecta radioatividade a 30 quilômetros da costa

Governo avalia que país terá que rever política nuclear diante de temor mundial

Por Da Redação
24 mar 2011, 20h25

Cientistas japoneses encontraram concentrações “mensuráveis” das substâncias radioativas iodo-131 e césio-137 em amostras de água do mar retiradas a 30 quilômetros da costa, disse nesta quinta-feira a agência de fiscalização nuclear da ONU. Segundo um porta-voz do governo, o Japão terá que rever sua política de energia nuclear num momento em que aumenta no país e exterior o temor de disseminação da radioatividade originária de uma usina danificada pelo terremoto e tsunami.

Autoridades japonesas enviaram à agência dados de amostras coletadas em 22 e 23 de março, após terem detectado iodo e césio na água perto da danificada usina nuclear de Fukushima Daiichi. “As concentrações de iodo estavam acima dos limites regulatórios japoneses, e os níveis de césio estavam bem acima desses limites”, disse a Agência Internacional de Energia Atômica. “O Laboratório Marítimo da AIEA em Mônaco recebeu dados para revisão”, acrescentou.

Duas semanas depois que terremoto e tsunami danificaram as instalações da estação de energia nuclear de Fukushima e devastaram o nordeste do Japão, deixando cerca de 27.400 pessoas mortas ou desaparecidas, os engenheiros ainda estão tentando estabilizar a usina, que possui seis reatores e se localiza 240 quilômetros ao norte da capital japonesa. “É certo que a confiança pública em usinas de energia nuclear mudou enormemente”, disse o secretário-chefe do gabinete, Yukio Edano, na noite de quinta-feira.

Os 55 reatores nucleares do Japão respondem por cerca de 30% da energia elétrica produzida no país. A previsão era que essa porcentagem passasse a 50% até 2030, um dos índices mais elevados do mundo. No entanto, o terremoto, o tsunami e a crise nuclear decorrente mergulharam o Japão nos dias mais sombrios desde a Segunda Guerra Mundial.

Energia – Engenheiros da empresa que opera a usina, a Tokyo Electric Power Co (TEPCO), obtiveram algum progresso no restabelecimento da energia elétrica e retomada do controle, mas emissões periódicas de fumaça e vapor reavivam temores de um pesadelo nuclear. “Ainda é um pouco cedo para fazer um prognóstico preciso, mas minha previsão é que em duas semanas os reatores estarão frios o suficiente para que digamos que a crise acabou”, disse Peter Hosemann, um perito em energia nuclear, na Universidade da Califórnia, em Berkeley.

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“Será importante prover esfriamento suficiente para os reatores e as piscinas de combustível usado por um período maior de tempo. Mas desde que isso seja garantido e não tenhamos nenhuma grande quantia a mais de radioatividade liberada, confio em que a situação estará sob controle”, declarou ainda. Três trabalhadores que substituíam um cabo para ajudar a esfriar um reator ficaram feridos por água radiativa. Dois deles foram levados com queimaduras para o hospital, disseram autoridades da agência de segurança nuclear.

Na quarta-feira, os 13 milhões de moradores de Tóquio foram orientados a não dar água da torneira para bebês, já que a contaminação da água atingiu esta semana duas vezes o nível de segurança. Mas no dia seguinte voltou aos níveis adequados. Apesar dos apelos do governo para que as pessoas não entrem em pânico, as garrafas de água desapareceram de muitas lojas. Também foi encontrada radioatividade acima dos níveis de segurança no leite e vegetais de Fukushima.

(Com agência Reuters)

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