Investigações apontam que Rússia hackeou o Partido Democrata
Agências de inteligência americanas acreditam que o governo russo esteja por trás do vazamento de e-mails que abalou o partido
As agências de inteligência dos Estados Unidos afirmaram à Casa Branca que têm “grande confiança” de que o governo russo está por trás do vazamento de e-mails do Partido Democrata. De acordo com o jornal The New York Times, oficiais americanos envolvidos na investigação não sabem se especificar, porém, se a invasão foi parte de uma espionagem de rotina ou se teve o objetivo de influenciar a eleição presidencial de 2016.
Os 20.000 e-mails divulgados pelo site WikiLeaks mostram conversas entre líderes democratas que sugerem que eles podem ter favorecido Hillary Clinton nas primárias do partido, prejudicando o outro candidato, Bernie Sanders. As informações causaram polêmica entre os democratas e levaram à renúncia da presidente do partido, Debbie Wasserman Schultz.
Até o momento, não ficou claro como as mensagens chegaram até o WikiLeaks e seu fundador, Julian Assange. Antes do lançamento pelo site, uma grande amostra dos e-mails foi publicada pela imprensa americana, creditada a um hacker autodenominado Guccifer 2.0, o qual investigadores americanos acreditam ser um agente da inteligência militar russa.
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A conclusão das investigações americanas coloca o presidente, Barack Obama, e seus assessores em uma posição complicada entre acusar ou não o governo de Putin publicamente. A relação já tensa dos dois países seria certamente afetada e poderia dificultar a tentativa de um acordo sobre o cessar-fogo na Síria. Além disso, abriria uma discussão sobre os limites da espionagem digital, um assunto que também é tabu no Estados Unidos.
A hipótese de que Putin estaria tentando prejudicar a imagem do Partido Democrata para ajudar o candidato republicano, Donald Trump, é defendida pelos assessores de Clinton. Já Obama preferiu deixar o tema em aberto, ao invés de acusar o governo russo. Em entrevista à rede de TV NBC News, na terça-feira, o presidente foi questionado sobre a possibilidade de a Rússia estar manipulando as eleições americanas e respondeu apenas que “tudo é possível”. “Eles tentam influenciar eleições na Europa regularmente”, comentou.