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Inteligência francesa ainda tem respostas a dar e ameaça a combater

Ação contra irmãos Kouachi e Amedy Coulibaly foi vitória contra o terror, mas autoridades têm grande desafio pela frente

Por Da Redação
9 jan 2015, 21h13

Na noite de sexta-feira veio à tona a lista de armamentos encontrados com os irmãos Cherif e Said Kouachi na gráfica em que eles se entrincheiraram em Dammartin-en-Goële, perto de Paris, e com Amedy Coulibaly em um mercado kosher no leste da capital francesa. A relação demonstra o poder de fogo dos terroristas: lança-foguetes M82, fuzis Kalashnikov, pistolas russas Tokaref, calibre 9mm, colete tático com munição e faca, dinamites. E deixa em aberto a questão sobre como os fanáticos puderam reunir esse vasto material bélico.

Embora tenham conquistado uma vitória contra o terror com a morte dos irmãos Kouachi, responsáveis pelo atentado contra o semanário Charlie Hebdo, e de Coulibaly, que fez vários reféns no supermercado, tendo matado quatro deles, as autoridades francesas terão de dar respostas nos próximos dias sobre a ação dos extremistas.

O ataque ao Charlie Hebdo representou uma falha de inteligência, reconhecida pelo primeiro-ministro francês Manuel Valls. “Houve uma falha clara. Quando tantas pessoas morrem, isso significa que erramos”, disse ele. Embora estivessem há tempos no radar dos serviços de combate ao terrorismo, os irmãos Kouachi puderam agir – e contar, no dia seguinte ao atentado, com o apoio de comparsas.

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Na noite desta sexta-feira, a Al Qaeda na Península Arábica (AQAP, na sigla em inglês), a célula mais ativa e perigosa da rede terrorista, assumiu a autoria do atentado. Isso é coerente com o que os extremistas disseram à designer Corinne Rey no dia do ataque ao Charlie Hebdo. Também é consistente com o que Cherif Kouachi declarou em entrevista à emissora francesa BFM TV, já dentro da fábrica em Dammartin-en-Goële onde estava entrincheirado: ele afirmou ser leal a Anwar al-Awlaki, americano de origem árabe que fundou a AQAP.

Mas ainda há um quebra-cabeças a ser montado:

– Coulibaly telefonou para alguém de dentro do supermercado kosher e não colocou o telefone direito no gancho, o que permitiu à polícia acompanhar o que acontecia dentro do local. Quando o terrorista iniciou uma oração, os policiais invadiram a loja;

– Coulibaly também falou com a emissora francesa BFM TV dizendo que estava agindo em “sincronia” com os irmãos Kouachi. Ele já havia ameaçado matar os reféns se a polícia não liberasse os responsáveis pelo atentado de quarta-feira, quando eles ainda estavam cercados;

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– Na entrevista, Coulibaly – que fez parte com Cherif Kouachi de um grupo jihadista que arregimentava jovens franceses para o terror – declarou ser membro do Estado Islâmico;

– Hayat Boumedienne, namorada e cúmplice de Coubaly, teria escapado do supermercado no momento da invasão policial. As autoridades francesas estão em busca da mulher.

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Algumas questões que a inteligência francesa tem de responder: como os terroristas tiveram acesso a armas pesadas? O braço da Al Qaeda no Iêmen de fato financiou a ação de Cherif Kouachi, como ele afirmou à emissora francesa? Os extremistas tiveram contato com mentores dentro da França ou clérigos radicais que possam servir de multiplicadores do fanatismo que levou à tragédia desta semana?

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“Faço um chamado à vigilância, à união e à mobilização”, disse nesta sexta-feira à noite o presidente François Hollande. De fato, a total dimensão da ameaça que pesa sobre a França ainda não foi entendida. É um apelo necessário.

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