Brasília, 10 abr (EFE).- Cerca de 100 pessoas convocadas pela Igreja Católica e por organizações de defesa da vida iniciaram nesta terça-feira uma vigília na frente do Supremo Tribunal Federal (STF) que amanhã julgará a descriminalização do aborto nos casos em que o feto não tem cérebro.
O grupo atendeu a um pedido pela vigília feito pela Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) e por organizações que se opõem à flexibilização do aborto no país.
Na jornada denominada ‘Vigília de oração pela vida’, a Igreja defende a ‘inviolabilidade do direito à vida’, a dignidade da pessoa e argumenta que a ‘promoção do bem de todos sem qualquer forma de discriminação se refere também aos fetos anencefálicos’.
‘A vida deve ser amparada como dom e compromisso, até quando seu percurso natural seja, presumivelmente, breve; há uma enorme diferença ética, moral e espiritual entre a morte natural e a morte provocada, então o mandamento ‘não matarás’ se aplica’, diz o comunicado da CNBB.
Na quarta-feira, após sete anos de deliberação, o Supremo Tribunal Federal julgará a descriminalização do aborto nos casos de fetos sem cérebro.
No Brasil, o aborto só é permitido nos casos de estupro ou quando a mãe corre risco de morte durante sua gestação.
Em 2004, quando a ação chegou ao STF, a corte decidiu a descriminalização provisória do aborto nessa situação, mas três meses depois a decisão foi cancelada.
Quatro anos mais tarde, o STF escutou em uma audiência pública médicos, especialistas, defensores e críticos da medida. EFE