Revolta popular contra proposta antiaborto ocupa ruas da Polônia
O projeto de lei prevê cadeia aos médicos que participarem de um aborto e pena de 5 anos de prisão à mulher que interromper a gravidez
A proposta legislativa que pretende banir o aborto na Polônia enfrenta forte resistência das polonesas nos últimos dias. O protesto nacional inclui greve no trabalho e falta às aulas, além de dezenas de milhares de mulheres vestindo roupas pretas em manifestações em diversas cidades do país, que contam também com o apoio de muitos homens.
Atualmente, a Polônia possui uma das mais restritivas legislações sobre aborto da Europa. Com leis similares às do Brasil, o país permite aborto apenas em casos de severa má formação do feto, risco grave à saúde da mulher na gestação e quando a gravidez é resultado de incesto ou estupro.
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O projeto de lei, que pode banir o aborto em qualquer situação, foi apresentado ao Parlamento por uma organização conversadora contrária ao aborto que reuniu mais de 100.000 assinaturas, conforme a legislação polonesa. A proposta prevê cadeia aos médicos que participarem de um aborto e pena de 5 anos de prisão à mulher que interromper a gravidez – críticos alegam que a nova lei poderia punir também mulheres que sofrem abortos espontâneos.
A chuva e o frio não impediram a maciça presença de manifestantes nas ruas da capital Varsóvia e outras cidades na segunda-feira, apelidada de ‘Black Monday’ (Segunda-feira negra, em português). Apesar dos protestos, a questão está sendo analisada por uma comissão parlamentar.