O governo da Lombardia, na região norte da Itália, anunciou que pretende oferecer 5.500 euros (que equivalem a cerca de 10.000 reais) às mulheres grávidas que desistirem de abortar. A quantia seria paga ao longo de 18 meses àquelas que provarem enfrentar problemas financeiros.
O anúncio foi feito pelo presidente da região, Roberto Formigoni. O político, que é católico e aliado do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, afirmou que nenhuma mulher na Lombardia deveria interromper uma gravidez por causa de dificuldades econômicas.
“Queremos ajudar as famílias, a maternidade e a natalidade, eliminado o máximo possível os obstáculos, começando pelos de natureza econômica, que tornam mais difícil tomar uma decisão a favor da vida”, disse.
Um porta-voz da Conferência de Bispos Italiana reagiu à nova política dizendo que “qualquer coisa que respeitar a vida deve ser aplaudida”. Críticos da medida ressaltaram, contudo, que, se todas as mulheres da Lombardia com problemas financeiros decidirem manter seus bebês, a verba do governo se esgotará em três meses.
O aborto é permitido por lei na Itália desde 1978. Os dados mais recentes sobre abortos no país revelam que em 2008 foram realizados cerca de 120.000 no país.