Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Governo do presidente do Equador dorme com o inimigo

Sem conhecer extensão da revolta dentro da polícia e das Forças Armadas, Rafael Correa culpa adversários e estuda sanções contra infiéis

Por João Marcello Erthal, de Quito, Equador
4 out 2010, 14h56

“Temos que garantir que as investigações ocorram dentro da legalidade. Ainda falta identificar muita gente e peças-chave da sublevação, como franco-atiradores altamente treinados que atuaram do alto de edifícios”, afirmou ao vice-ministro das Relações Exteriores, Kintto Lucas

Cercados por militares no Palácio de Governo, no centro de Quito, o presidente equatoriano Rafael Correa passou parte do domingo reunido com ministros e assessores tentando decidir sanções imediatas e as várias instâncias de investigação para punir os responsáveis pelo levante policial da última quinta-feira. O problema, no entanto, é que ninguém no governo sabe ao certo quem são os envolvidos e a extensão exata do envolvimento de policiais, militares e servidores dentro do governo nas ações que, segundo Correa, teriam como objetivo derrubá-lo.

Como boa parte do conflito foi transmitida ao vivo pela TV, há policiais e militares já identificados. Mas estes não são, nem de longe, os ‘peixes grandes’ que Rafael Correa pretende extirpar das instituições. “Temos que garantir que as investigações ocorram dentro da legalidade. Ainda falta identificar muita gente e peças-chave da sublevação, como franco-atiradores altamente treinados que atuaram do alto de edifícios”, afirmou ao site de VEJA o vice-ministro das Relações Exteriores, Kintto Lucas.

Correa chamou de “covardes e criminosos” os policiais que participaram do levante. E, mesmo ainda tentando identificá-los, afirma categoricamente que a revolta de setores da Polícia Nacional foi incitada por integrantes do Partido Sociedade Patriótica (SP) e pelo ex-presidente Lucio Gutiérrez, que passou a semana no Brasil, acompanhando um grupo de observadores internacionais interessados no sistema de urnas eletrônicas. Gutiérrez nega as acusações e chega a negar que o levante possa ser caracterizado como golpe.

Continua após a publicidade

Mesmo fora do grupo que, agora, começa a ser caçado internamente por ter participado de alguma forma do levante, o governo tem razões para suspeitar que ‘dorme com o inimigo’. As Forças Armadas, na quinta-feira da revolta dos policiais, demoraram a se apresentar para assegurar a segurança nas áreas conflagradas e a declarar publicamente a lealdade a Correa.

Na opinião do embaixador brasileiro no Equador, Fernando Simas Magalhães, as manifestações da Unasul, a União das Nações Sul-Americanas, podem ter forçado oficiais com intenções golpistas a recuar. “Em seis horas, a Unasul se mobilizou para uma reunião de avaliação da situação e rapidamente declarou apoio a Correa. Com isso, ficou claro que os líderes do cone Sul não viam com bons olhos a destituição de um presidente eleito democraticamente”, avaliou Magalhães.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.