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Gingrich, a quintessência do conservadorismo político nos EUA

Por Da Redação
30 dez 2011, 16h46

María Peña.

Washington, 30 dez (EFE).- Newt Gingrich liderou o movimento conservador que retomou o controle da Câmara de Representantes em 1994 pela primeira vez em quatro décadas e agora, considerando-se o mais indispensável dos republicanos, aspira à Presidência dos Estados Unidos em 2012.

Arquiteto do chamado ‘Contrato com a América’, um ambicioso plano reformista de 1994, o ex-presidente da Câmara de Representantes, de 68 anos, goza de uma crescente popularidade nas pesquisas em relação aos outros seis pré-candidatos republicanos na disputa.

Às vésperas da primeira grande prova de fogo com os eleitores, no caucus (assembleia primária) de Iowa no próximo dia 3 de janeiro, Gingrich não poupa recursos para ser o candidato presidencial do Partido Republicano e tentar desbancar em novembro o presidente Barack Obama.

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Nascido no dia 17 de junho de 1943 com o nome de Newton Leroy McPherson no seio de uma família humilde em Harrisburg, na Pensilvânia, Gingrich se apresenta como um líder político experiente e, principalmente, com firmes credenciais conservadoras acumuladas ao longo de mais de três décadas.

Após o divórcio de seus pais, Gingrich viajou com sua mãe e seu padrasto, o coronel Robert Gingrich, a vários estados e países antes de instalar-se no estado da Geórgia.

Foi assim que passou parte de seus anos de formação no sul profundo dos EUA, onde assimilou os valores conservadores da região e inclusive expressou simpatias pela outrora Confederação de estados sulinos que se separaram da União americana, mas perderam a Guerra de Secessão (1861-1865).

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Gingrich cresceu escutando elogios à sua inteligência, sua invejável capacidade de retenção e sua voraz paixão pela leitura – aprendeu a ler em idade pré-escolar – o que, sem dúvida, alimentou sua precocidade e seu ego.

Obteve uma licenciatura da Universidade de Emory e um doutorado da Universidade de Tulane, onde o desejo de deixar sua marca em um campus decididamente ‘hippie’ o impulsionou a trabalhar em 1968 na campanha do republicano Nelson Rockefeller.

Professor de história durante a década de 1970, Gingrich encontrou sua verdadeira vocação em 1978 nos corredores do Congresso, onde chegaria à presidência da Câmara Baixa (1995-1999).

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As pessoas mais próximas garantem que, ao longo de uma carreira marcada por acertos e tropeços, Gingrich demonstrou duas características inalteráveis: sua agudeza política e sua incombustibilidade.

Para ter uma ideia de sua fluência e de seu gosto pela retórica grandiloquente, basta repassar a dezena de debates nos quais participou este ano e nos quais se apresentou como um agente da mudança que não teme às agitadas águas da política.

Sem papas na língua e sem titubear, propôs regularizar parte da população ilegal dos EUA, com pleno conhecimento que é uma ideia inaceitável entre a ala direitista de seu partido.

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Gingrich, professo amante dos animais – adora visitar zoológicos em seu tempo livre -, diz que seu afã por ‘regular as coisas’ o acompanhou durante toda sua vida.

Porém, sua longa carreira política e a aparente incoerência entre seus valores conservadores e sua vida pessoal marcada por infidelidades matrimoniais – casou-se pela terceira vez com aquela que foi sua amante – também deram munição a seus críticos.

Também é reprovado publicamente por ter atuado como lobista pago do gigante hipotecário Freddie Mac, um dos desencadeadores da crise financeira de 2008.

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Em uma de suas escorregadas recentes, que inclusive lhe valeu a repulsa de vários republicanos, Gingrich disse em uma entrevista a um canal judeu que os palestinos são ‘um povo inventado’ e criticou a política externa de Obama na região.

No entanto, Gingrich, acostumado a cair e a levantar, alcançou fama, poder e fortuna. Em sua ‘egoteca’ só falta a Presidência.

Todos querem ganhar em 2012, mas, segundo vários observadores, Gingrich é o que tem mais ‘fome’ de vitória, tanta que está disposto a continuar provocando tempestades, como fez toda sua vida. EFE

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