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Franco muda cúpula militar e impulsiona projetos econômicos em Legislativo

Por Da Redação
27 jun 2012, 19h26

Julia R. Arévalo.

Assunção, 27 jun (EFE).- O presidente do Paraguai, Federico Franco, substituiu nesta quarta-feira parte da cúpula militar do país e buscou o apoio parlamentar necessário para impulsionar projetos econômicos estagnados, convidando todas as forças políticas a manter um ‘espírito de corpo’.

Muito cedo, o líder compareceu à sede do Comando em Chefe das Forças Armadas, em Assunção, para uma reunião com a cúpula militar, da qual saiu o anúncio de substituição dos comandantes do Exército e da Marinha.

Jorge Francisco Ramírez e Pablo Ricardo Luis Osorio assumirão o comando de Terra e Mar, respectivamente, segundo um comunicado do Comando das Forças Militares, que também informou de novos chefes do Regimento de Escolta Presidencial e do Gabinete Militar de Presidência.

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Os revezamentos militares foram frequentes na época do destituído Fernando Lugo, ao que Franco sucedeu na sexta-feira passada após um controvertido julgamento político no Legislativo.

A decisão de Franco marca uma ‘pauta de substituição natural’ para se rodear de pessoas de sua confiança, disse à Agência Efe um observador que pediu para ficar no anonimato.

A pressão externa sobre o Paraguai é grande. O país receberá uma missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) no próximo fim de semana e será tema de discussão da reunião do Mercosul e da União de Nações Sul-americanas (Unasul) em Mendoza (Argentina) nesta sexta-feira.

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Tanto a pressão de outros países quanto a mobilização de Lugo para convocar uma resistência ‘pacífica’ mantêm tensões e receios a um conflito civil no Paraguai, embora as manifestações populares no país sejam esporádicas.

Com argumentos baseados na constitucionalidade do processo de transição no Paraguai, Franco deixou claro que sua prioridade é ‘organizar a casa’, e não dar satisfações a outros países. Nesta quarta-feira, ele apresentou ao Legislativo seu plano econômico de governo.

Junto aos ministros da Equipe Econômica, o presidente manteve uma reunião com a direção das duas casas do Parlamento, às quais pediu o apoio que necessita para levar adiante projetos bloqueados, muitos da era Lugo.

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Na opinião de um diplomata latino-americano que deu entrevista à Agência Efe, o governo Franco ‘será estéril sem a ajuda’ do Legislativo, pois a Constituição do Paraguai exige a aprovação parlamentar dos projetos do Executivo.

Membro do Partido Liberal, Franco decidiu nomear um a um os integrantes de seu governo, e incluiu políticos do Partido Colorado, seus tradicionais rivais na cena paraguaia, para pedir-lhes respaldo nesta transição.

No entanto, como ressaltou o diplomata latino-americano, Franco terá dificuldades de manter o apoio colorado que o alçou à Presidência, pois à legenda rival ‘não interessa que tenha êxito’ com as eleições tão próximas. ‘Vão lhe fazer oposição’.

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Os projetos que o Executivo busca levar adiante ‘somam cerca de US$ 480 milhões, que estão nas mãos dos senhores’, disse enfaticamente o novo ministro da Fazenda, Manuel Ferreira.

Pagar as aposentadorias dos 45 mil idosos que as esperam, garantir um atendimento médico ‘pronto e gratuito a todos os compatriotas’ e assegurar o programa ‘um computador por criança’ para o 1 milhão de estudantes do Paraguai são algumas das pretensões do novo líder na área social.

O ministro da Agricultura, Enzo Cardozo, disse assumir a ‘responsabilidade histórica’ de apresentar antes do fim de mandato, em agosto de 2013, um ‘censo e cadastro para iniciar um sólido programa de desenvolvimento rural sustentável’ baseado na agricultura familiar.

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A reforma agrária, que alguns analistas podem considerar impossíveis após a destituição de Lugo, é uma das grandes questões pendentes do Paraguai, onde um terço das terras cultiváveis foi vendido de modo irregular durante o governo do ditador Alfredo Stroessner (1954-89) e nos 15 anos posteriores, segundo um relatório oficial.

Nos últimos meses, Lugo impulsionava medidas judiciais de controvertidas terras na região de soja de Ñacunday, dominada por fazendeiros ‘brasiguaios’ (brasileiros que vivem no Paraguai), cujo apoio a Franco ficou patente.

E o motivo principal da atual crise política no país foi justamente o despejo de camponeses em uma terra de propriedade disputada, que resultou num confronto responsável pela morte de 11 sem-terras e seis policiais.

Diante do Congresso, o chefe do Estado também pediu pressa para a aprovação de obras públicas, pois, segundo ele, apenas 0,56% desses projetos foram executados até agora, embora ‘esse dinheiro exista no orçamento’.

A agência de classificação de risco Moody’s anunciou nesta quarta-feira que mantém o rating B1 para o Paraguai, mas advertiu que pode reduzi-lo se a crise se aprofundar com distúrbios ou sanções dos países vizinhos. EFE

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