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Franceses decidirão no domingo se darão maioria a Hollande

Por Por Vincent Drouin
15 jun 2012, 19h13

Pela quarta vez em dois meses, os franceses são convocados às urnas, para o segundo turno das eleições legislativas, no qual decidirão neste domingo se darão a maioria parlamentar ao presidente socialista, François Hollande.

Após uma breve semana de campanha, os eleitores de 541 circunscrições decidirão se confirmam as tendências do primeiro turno de domingo passado, vencido pela esquerda.

Nessa ocasião, que registrou uma taxa recorde de abstenção (42,7%), foram eleitos apenas 36 dos 577 deputados franceses.

Os socialistas e seus aliados obtiveram 46,7%, sendo 34,4% para o Partido Socialista, 5,4% para o Europa Ecologia-Verdes (EELV) e a 6,9% para Frente de Esquerda (esquerda radical, cujo principal componente é o Partido Comunista).

Com 34,1%, a direita liderada pela UMP (União por um Movimento Popular) conseguiu limitar as perdas, quase inevitáveis após a derrota de Nicolas Sarkozy nas eleições presidenciais de maio, mas se vê confrontada pelo bom resultado da Frente Nacional (extrema direita), que obteve 13,6%.

A UMP, já envolvida na guerra pela liderança deixada vaga por Sarkozy, optou por responder à pressão da ultradireita, abandonando o princípio de “frente republicana” que prevalecia na França e que consistia em retirar seus candidatos em benefício do adversário mais bem posicionado para derrotar a esquerda, e optou por uma estratégia de “nem Frente Nacional, nem esquerda”.

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Com uma exceção, os candidatos da UMP que enfrentam a esquerda e a FN foram mantidos.

E nos 20 distritos nos quais a direita foi eliminada e restaram na disputa a FN e a esquerda, a UMP recusou-se a se posicionar, apesar de algumas posições locais diferentes, como em Hénin-Beaumont (norte), onde o candidato UMP pediu implicitamente o voto pelo socialista Philippe Kemel contra Marine Le Pen, a líder da FN.

Esta, fortalecida pela eliminação no primeiro turno do líder da Frente de Esquerda, Jean-Luc Mélenchon, espera ser eleita deputada, talvez junto com vários de seus partidários.

Na esquerda, o combate entre Ségolène Royal e o dissidente socialista Olivier Falorni, apoiado mais ou menos abertamente por uma parte da direita, ofusca um panorama que se anunciava promissor.

Para o PS, já era preocupante a possibilidade de sua candidata à presidência em 2007 correr o risco de perder a eleição. A mensagem de apoio enviada a seu rival pela primeira-dama Valérie Trierweiler, que suplantou Ségolène Royal na vida de François Hollande, aumentou a tensão e representou um golpe na imagem de sobriedade do presidente.

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Esse assunto, amplamente abordado pela mídia, e a polêmica sobre a aproximação da direita com a Frente Nacional, ofuscaram os clássicos duelos esquerda-direita que prevalecem na maioria das circunscrições e que serão decisivos para determinar a cor política da futura assembleia.

A menos que ocorra uma surpresa de último momento, a assembleia terá uma maioria de esquerda, o que evitará uma “coabitação” entre Hollande e um governo de direita. A incerteza sobre as eleições de domingo persiste apenas em relação à amplitude dessa maioria.

Se o Partido Socialista atingir a maioria absoluta sem necessidade de alianças, o chefe de Estado terá total liberdade de movimento para aplicar seu programa de governo.

Mas se o partido do presidente se vir obrigado a negociar com os ambientalistas e com a Frente de Esquerda para que adotem seus projetos de lei, o jogo político da câmara baixa do Parlamento será complicado e a política do governo enfrentará dificuldades, em plena época de crise.

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