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França: por que a juventude é de extrema direita?

Ao contrário do que acontece em países europeus e nos Estados Unidos, na França a maioria dos eleitores de extrema-direita é jovem

Por Beatriz Magalhães Atualizado em 11 Maio 2017, 15h05 - Publicado em 11 Maio 2017, 14h57

No segundo turno das eleições francesas, Emmanuel Macron  foi eleito com 66,06% dos votos, enquanto Marine Le Pen recebeu 33,94% de apoio. Apesar de o presidente francês, de 39 anos, ser o mais jovem da história do país, seus eleitores mais fervorosos foram os maiores de 70 anos. Segundo pesquisa realizada pelo instituto Ipsos, 78% dos idosos votaram em Macron.

Em contrapartida, a nacionalista Le Pen teve maior adesão entre os jovens de 25 a 34 anos, onde obteve 40% dos votos. Esta porcentagem significativa de jovens que apoiam a onda patriótica é a grande peculiaridade do conservadorismo francês.

Em tempos de Donald Trump e Brexit, o apoio aos valores tradicionais e a oposição à imigração são temas recorrentes na política mundial. Todavia, nos Estados Unidos e na Inglaterra, a imensa maioria dos jovens tem se mostrado contrária às políticas conservadoras.

De acordo com uma pesquisa recente realizada pelo Black Youth Project na Universidade de Chicago com o Associates Press apenas 22% dos jovens americanos com idade entre 18 e 30 anos apoiam o governo de Trump. Na Inglaterra, de acordo com dados da votação disponibilizados pelo YouGov, 75% dos jovens com idade entre 18 e 24 anos votaram contra o Brexit.

No primeiro turno da eleição francesa, Le Pen liderou a votação entre os jovens até 34 anos, com 25,7% dos votos. Ficou atrás dele o representante da extrema esquerda, Jean-Luc Mélenchon, com 24.6%, e, por fim, Emmanuel Macron, que obteve 21,6% dos votos.

A principal reclamação dos jovens franceses é o alto nível de desemprego que assola o país, de acordo com dados do The Washington Post, a taxa de desemprego entre os jovens é de 25%. Eles estão decepcionados com os partidos tradicionais e sem oportunidade de crescimento. A vitória da Frente Nacional passou a ser vista por alguns deles como uma esperança para a situação atual. Um dos mais renomados institutos de pesquisa da França, Instituto Sciences Po em Paris, recentemente criou o seu primeiro grupo de estudantes da Frente Nacional, intitulado Crítica da Razão Europeia (CRE).

Marine Le Pen divulgou propostas que visavam taxar a contratação de trabalhadores estrangeiros e usar o “protecionismo inteligente” para defender as empresas contra a globalização. Além de defender ideais políticos como o nacionalismo, protecionismo e a restauração da moeda nacional. 

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No extremo radical do movimento encontram-se os “identitaires” (Geração identidade), semelhante à “alt-right” americana.

Movimento “identitaires”

O movimento “Génération Identitaire” (Geração identidade) é composto por jovens que defendem a identidade francesa, a religião cristã e a luta contra o islamismo na Europa. Eles divulgam suas ideias em vídeos postados nas redes sociais. O objetivo principal do movimento é a “luta pela reconquista do território francês”.  A página do “identitaires” no Facebook conta com mais de 120 mil curtidas. As ações realizadas pelo grupo não são violentas. Eles distribuem panfletos em escolas,  realizam palestras, discursos e publicam postagens e vídeos nas redes sociais.

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