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França: câmeras do debate farão “planos de corte” após 40 anos

O uso das câmeras durante um debate é uma espécie de tabu na França desde 1974, quando ocorreu o primeiro debate televisionado

Por Gabriel Brust, de Paris
3 Maio 2017, 14h55

No debate final da eleição presidencial francesa, na noite desta quarta-feira, Emmanuel Macron e Marine Le Pen deverão prestar atenção às câmeras enquanto escutam a fala do oponente. Depois de muita negociação com a equipe dos candidatos, os canais de televisão foram autorizados a usar os chamados “planos de corte”, que registram a reação de quem não está falando.

Uma última reunião na manhã desta quarta-feira entre dirigentes do canal TF1 e da emissora pública France2 – que transmitirão o debate em rede – e representantes dos dois candidatos serviu para acertar os detalhes.

O uso das câmeras durante um debate é uma espécie de tabu na França desde 1974, quando ocorreu o primeiro debate televisionado. Na ocasião, François Mitterrand culpou os planos de corte por sua derrota para Valéry Giscard d’Estaing. Durante a transmissão, enquanto o socialista falava sobre o desemprego, o conservador balançava a cabeça e desdenhava de suas respostas.

No debate seguinte entre os dois, em 1981, Mitterrand impôs uma lista de exigências aos diretores do programa – entre elas estava a proibição total dos planos de corte. A condição foi aceita e acabou se tornando uma regra, quase tradição dos debates de segundo turno na França – até 2017.

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Desta vez, a direção da France Television – o conglomerado de emissoras públicas francês que reúne nada menos que seis canais abertos – decidiu negociar a reintrodução desta que é uma técnica usada amplamente na televisão moderna. Tristan Carné, diretor do programa, argumentou que a reação de um candidato enquanto o outro fala é uma informação importante para o eleitor. As equipes de Macron e Le Pen aceitaram, mas exigiram “parcimônia” no uso dos planos de corte.

16% indecisos

Para além da técnica televisiva, o debate desta noite, que começa às 21h do horário local (16h em Brasília), poderá ser útil para convencer os 16% dos eleitores que ainda se dizem indecisos. Ou convencer a ir às urnas os que pretendem se abster –22% dos eleitores não compareceram às urnas no primeiro turno.

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O debate terá duração de 2 horas e 15 minutos e, seguindo um sorteio, será aberto por Marine Le Pen e encerrado por Emmanuel Macron. Eles serão questionados pelos jornalistas Nathalie Saint-Cricq (France 2) e Christophe Jakubyszyn (TF1) sobre 12 temas diferentes.

Macron passou o dia se preparando para o debate em seu comitê de campanha no 15o distrito de Paris. Le Pen preferiu ficar isolada em sua casa em Saint-Cloud, na periferia de Paris. A capital francesa se prepara para assistir ao debate em clima de futebol. Muitos bares instalaram telões e promovem “soirées electorales”, como eles chamam a noite para acompanhar o debate.

A audiência do último debate de segundo turno – em 2012, entre Nicolas Sarkozy e François Hollande – foi de 17 milhões de espectadores. Como a campanha deste ano é considerada mais disputada, tanto TF1 quanto France 2 apostam em uma audiência ainda maior.

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