Explosões em depósitos de munição matam 150 no Congo
1.500 ficaram feridos na tragédia de Brazzaville, em maior ou menor gravidade
Pelo menos 150 pessoas morreram neste domingo e 1.500 ficaram feridas na explosão de um depósito de munições em Brazzaville, a capital da República do Congo, informou uma fonte diplomática europeia. Os mortos encontram-se em hospitais militares, e os feridos, de maior ou menor gravidade, vários deles oficiais de uniforme, estavam sendo atendidos nas ruas.
Cinco explosões muito fortes sacudiram Brazzaville a partir das 8 horas locais (4 horas de Brasília) e até as 10h45. Um helicóptero sobrevoava a região, e a área da tragédia foi isolada pelas forças de segurança. Um incêndio em dois depósitos de munições no quartel de Mpila, zona leste de Brazzaville, teria provocado a tragédia, segundo fontes militares.
De acordo com testemunhas, as explosões provocaram cenas de pânico e foram sentidas em Kinshasa, a capital da República Democrática do Congo, separada de Brazzaville pelo rio Congo. Detonações mais leves ainda eram ouvidas horas mais tarde. Im correspondente da agência de notícias France-Presse (AFP) viu os corpos de quatro pessoas, incluindo uma criança, em uma clínica perto da área da explosão.
Governo – Segundo outro diplomata ouvido pela AFP, o incidente “não tem nada de político e o presidente (Sasu Ngueso) está com o Estado-Maior para coordenar as operações de resgate”. O governo não divulgou um balanço oficial de vítimas. Um helicóptero sobrevoava a região. A área da tragédia foi isolada pelas forças de segurança.
A intervenção dos bombeiros é complicada em consequência das explosões esporádicas na área do depósito. As ruas próximas estavam desertas e apenas os veículos de resgate e da polícia tinham autorização para circular na área. Várias casas desabaram em consequência da onda expansiva. Uma igreja católica, perto do quartel, também foi atingida durante a missa.
Os moradores da área atingida correram para as ruas e abandonaram suas casas. “Vi dois feridos. Um tinha um ferimento na perna e outro no ombro, sem dúvida feridos nas casas que desabaram. Na minha casa um muro caiu”, contou um morador. “Há muitas pessoas nas ruas, elas fogem com malas nas cabeças, os pés descalços, alguns apenas com a roupa do corpo. Não há transportes, não há ônibus, não há táxi”, completou. O tráfego de passageiros no rio entre Kinshasa e Brazzaville foi suspenso até segunda-feira, segundo fontes do porto de Kinshasa.
(Com agência France-Presse)