O ex-presidente colombiano, Álvaro Uribe, chamou de esbanjador neste sábado o seu sucessor, Juan Manuel Santos, pela forma como realiza a VI Cúpula das Américas, em Cartagena (norte), onde se reúnem 31 chefes de Estado e governo, entre eles a brasileira Dilma Rousseff e o americano Barack Obama.
“Cúpulas como a Cúpula das Américas podem ser (feitas) com menos esbanjamento, de forma mais austera, ainda mais em um país pobre como o nosso. É um governo que vai dando demonstrações de opulência em todos os seus aspectos”, disse o ex-presidente (2002-2010) à emissora de rádio RCN.
Uribe considerou que Santos, seu afilhado político, “mudou de forma preocupante” a agenda de sua campanha presidencial e diplomática da Colômbia com relação à legalização das drogas, um tema abordado na cúpula de presidentes, chanceleres e empresários da região.
“Quanto à legalização das drogas, venho repetindo o que tem sido a tese da Colômbia, que foi a tese que ajudou a eleger o presidente Santos e agora está mudando. Avançar neste caminho da legalização é preocupante”, acrescentou o ex-presidente à emissora Santa Fe Radio.
“Na Colômbia não se manda o viciado para a prisão, não se manda o consumidor para a prisão, tem que mandar o distribuidor”, acrescentou Uribe, advertindo que a “Força Pública colombiana pode chegar a se desmotivar e decidir não arriscar a vida por um governo que quer legalizar a droga”.
Uribe se afastou de Santos, que foi seu ministro da Defesa (2006-2009), por causa de investigações da justiça contra outros funcionários de seu governo, inclusive outro afilhado político, o ex-ministro da Agricultura Andrés Felipe Arias, e por considerar que a segurança no país piorou.