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Ex-chefe de segurança de Chávez liga número 2 da Venezuela ao narcotráfico

Segundo 'ABC' e 'Miami Herald', Leamsy Salazar é testemunha de investigação nos EUA sobre Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional

Por Da Redação
27 jan 2015, 17h18

Um capitão de corveta que foi chefe de segurança do caudilho Hugo Chávez tornou-se peça-chave de uma investigação das autoridades americanas sobre ligações entre o chavismo e o narcotráfico. Sob proteção judicial, Leamsy Salazar chegou nesta segunda-feira aos Estados Unidos como testemunha do caso, informou o jornal Miami Herald.

Segundo a publicação, Salazar afirma que a organização conhecida como Cartel de los Soles é dirigida pelo presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello. “Esse é o golpe mais duro já dado no chavismo. Este é o homem que revelou todos os segredos. Foi chefe de segurança de Cabello e chefe de segurança de Chávez”, disse uma fonte ligada à investigação. “Ele foi a pessoa de maior confiança de Chávez”, acrescentou a fonte, que acompanhou Salazar no voo até Washington.

O Miami Herald afirma que o capitão chegou aos EUA com agentes da Divisão de Operações Especiais da Agência Antidroga (DEA) que há meses estão em contato com Salazar. O ex-chefe de segurança também envolve Cuba nas acusações, dando proteção e ajudando nos envios regulares de droga do cartel por meio de rotas que partem da Venezuela em direção aos EUA, informou o jornal ABC, de Madri.

O diário espanhol afirma que o cartel, composto basicamente por militares (e cujo nome deriva de um emblema dos uniformes dos generais venezuelanos), tem o monopólio do tráfico de drogas na Venezuela. Os entorpecentes são produzidos pelas Farc e chegam ao destino final, nos EUA e na Europa, por meio de cartéis mexicanos.

Membro da Casa Militar, encarregada da segurança presidencial, Salazar foi assistente pessoal de Chávez durante quase dez anos. Depois da morte do coronel, o presidente da Assembleia – que também é primeiro-vice-presidente do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) – requisitou seus serviços. Como pessoa próxima, Salazar viu Cabello dando ordens diretas para a partida de lanchas carregadas com toneladas de cocaína, segundo fontes próximas à investigação.

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Em uma situação específica citada pelo ABC, um caminhão carregado com cerca de dez milhões de dólares em dinheiro foi detido no terminal marítimo de Puerto Cabello, o mais importante da Venezuela. O veículo procedia dos Estados Unidos os investigadores acreditam que poderia ser um pagamento por droga recebida. Dias depois, em seu programa semanal de televisão, Cabello acusou a oposição de ser destinatária do dinheiro, sem apresentar nenhuma prova.

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Filho de Chávez – Segundo o jornal espanhol, também há indícios sobre o uso de aviões da estatal de petróleo PDVSA para transportar droga, em voos organizados pelo filho de Chávez e o filho de Germán Sánchez Otero, que foi embaixador de Cuba em Caracas até 2009. O transporte seria feito com a conivência do ex-embaixador e de outros funcionários cubanos.

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A investigação envolvendo Diosdado Cabello está ligada à acusação formal feita no ano passado pelas promotorias federais de Nova York e Miami contra o general venezuelano Hugo Carvajal, que foi chefe da Direção de Inteligência Militar. Conhecido como ‘el Pollo’, Carvajal foi detido em julho na ilha holandesa de Aruba, vizinha da Venezuela, a pedido dos EUA, que reclamaram sua extradição. No entanto, ele acabou sendo liberado.

Carvajal vinha sendo considerado o grande operador do Cartel de los Soles, mas segundo Salazar ele obedecia as ordens de Cabello. Em seu perfil no Twitter, o presidente do Parlamento venezuelano reagiu às acusações dizendo que “cada ataque contra minha pessoa fortalece meu espírito e meu compromisso”.

O deputado Pedro Carreño, líder da bancada do PSUV, colocou a CIA na história, dizendo que a agência de inteligência americana “comprou a consciência do ex-guarda-costas de Cabello para ligá-lo ao narcotráfico”. “Estamos com você diante desta infâmia, camarada!” “Todos sabemos como trabalha a direita internacional. Ninguém duvida da honra do nosso presidente da Assembleia Nacional”, reafirmou o deputado em entrevista coletiva. Segundo o jornal venezuelano El Nacional, ele ainda ameaçou ao dizer que o “povo venezuelano” defenderá Cabello.

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