EUA fecham um dos campos da prisão de Guantánamo
O Campo 5 contava com cem celas de segurança máxima e era utilizado para abrigar prisioneiros rebeldes de Guantánamo
Os militares americanos anunciaram na última quinta-feira que um dos campos da prisão de Guantánamo, em Cuba, está em processo de fechamento. Segundo um porta-voz do exército americano, o Campo 5 passará por uma reformulação de 8,4 milhões de dólares (27,4 milhões de reais) para ser transformado em uma clínica psiquiátrica e outras instalações médicas militares.
O fechamento, divulgado inicialmente pelo jornal Miami Herald, é mais uma evolução na promessa do presidente Barack Obama de desativar completamente o centro de detenção de Guantánamo. Até o fim deste ano, o projeto prevê reduzir o número de funcionários na controversa prisão, que conta com o trabalho de 1.950 militares e 400 civis.
Inaugurado em 2004 com custo de 17 milhões de dólares (55,5 milhões de reais), o Campo 5 abrigava os detentos considerados “problemáticos” em Guantánamo, como aqueles que estavam em greve de fome ou que jogavam fezes nos guardas. Segundo o porta-voz militar John Filostrat, os presos serão transferidos para o Campo 6, um dos poucos restantes na prisão em Cuba, que conta hoje com 61 detentos.
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O Campo 5 já foi local de alguns acontecimentos infelizes na prisão americana. Em 2007, dois prisioneiros cometeram suicídio por enforcamento e outro sofreu uma overdose de medicamentos psiquiátricos em 2012, caso contestado por seus advogados. Além disso, em 2013, mais de 100 presos participaram de uma greve de fome coletiva.
Desde a abertura de Guantánamo, em 2002, 780 prisioneiros já passaram pelo local, a maioria suspeitos de terrorismo capturados depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. Muitos foram mantidos sem julgamento durante anos, o que provoca críticas internacionais e mesmo dentro dos Estados Unidos. No mês passado, o governo americano realizou a transferência de 15 detentos para os Emirados Árabes, a maior desde o anúncio da intenção de desativar a prisão.
(Com ANSA)