EUA: Atirador quase desistiu do massacre porque as vítimas foram gentis com ele
Apesar da gentileza das vítimas, Dylann Roof decidiu seguir com o ataque. O assassino foi formalmente acusado pelas mortes e por posse ilegal de arma nessa sexta-feira
O atirador Dylann Roof, que matou nove pessoas em uma igreja frequentada pela comunidade negra de Charleston, no sul dos Estados Unidos, quase desistiu do ataque “porque todos na igreja foram muito gentis com ele”, disse um investigador ao noticiário americano NBC News. A fonte, não identificada pela emissora americana, contou que, apesar disso, Roof decidiu “seguir em frente com sua missão”. Antes de abrir fogo, o jovem ainda assistiu a um trecho da missa e rezou junto com os fiéis.
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Nesta sexta-feira, Roof, de 21 anos, foi formalmente acusado pelas mortes na igreja metodista de Charleston e por posse ilegal de arma. Roof foi capturado nesta quinta, um dia após o massacre, na cidade de Shelby, a 320 quilômetros do local do ataque. As autoridades estão tratando o caso como crime de ódio racial. “Nós absolutamente queremos que ele seja punido com pena de morte”, afirmou a governadora do Estado da Carolina do Sul, Nikki Haley, à NBC. “Nosso Estado está machucado pelo fato de nove inocentes terem sido mortos”, completou.
Segundo a rede americana CNN, sobreviventes do ataque contaram às autoridades que, antes de iniciar os disparos, o jovem branco disse que estava lá “para atirar em negros”. Amigos de Dylann relataram à imprensa americana um crescente comportamento racista do jovem nos últimos meses. “Ele dizia coisas sobre como as raças deviam ser segregadas, e que brancos têm que ficar com brancos”, declarou Joseph Meek, um amigo de infância que voltou a se relacionar com Dylann neste ano, ao The New York Times. “Ele dizia que estava planejando fazer algo louco”.
Em seu perfil no Facebook, Roof também dava sinais de intolerância. Na foto principal de sua conta na rede social, ele aparece vestindo uma jaqueta preta com duas bandeiras: a da África do Sul durante o apartheid e a da Rodésia, outro país africano que foi governado por um regime de segregação racial, antes de se tornar o Zimbábue.
O atirador está sendo mantido em um centro de detenção na Carolina do Norte e será ouvido na tarde de hoje em uma audiência com promotores. Um xerife local contou à NBC que a cela em que Roof está preso é vizinha a de Michael Slager, policial americano condenado por atirar oito vezes nas costas de um homem negro desarmado.
(Da redação)