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Especialistas e vítimas descrevem o horror dos ataques do atirador da Noruega

Por Por Pierre-Henry Deshayes
24 abr 2012, 14h40

Especialistas e testemunhas descreveram nesta terça-feira, muitas vezes com detalhes terríveis, a explosão que abalou Oslo quando o extremista de direita Anders Behring Breivik bombardeou um prédio do governo em julho, matando oito pessoas.

“O corpo estava totalmente esmagado,” disse Arne Stray-Pedersen, médico legista chefe da Noruega, descrevendo os resultados de uma das quatro necropsias e usando esboços anatômicos e fotos da explosão dos projéteis.

Funcionários do governo e pessoas que passavam pelo local foram atingidos pela grande explosão de uma caminhonete carregada de explosivos estacionada próxima aos prédios onde estão situados os escritórios do primeiro-ministro trabalhista, Jens Stoltenberg, que não estava no local neste momento.

Oito pessoas morreram e outras nove ficaram gravemente feridas na explosão.

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“No distrito do governo encontramos centenas de pedaços de corpos”, contou o técnico especialista em crimes Ole Morten Stoerseth à corte distrital de Oslo.

No tribunal, famílias das vítimas de Breivik abafavam soluços e se abraçavam, mas o acusado não demonstrou nenhum sinal de emoção diante dos detalhes de seu banho de sangue, como tem sido desde o começo do julgamento, há mais de uma semana.

No dia 22 de julho, Breivik colocou uma bomba de 950 quilos, feita de fertilizante, diesel e alumínio, em uma van que estacionou próximo ao prédio de 17 andares.

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O extremista de direita de 33 anos disse que o bombardeio, e mais tarde o ataque a 69 pessoas na ilha de Utoya, foram “cruéis, mas necessários para deter a experiência multicultural e a invasão muçulmana da Noruega e da Europa”.

Tor Inge Kristoffersen, um guarda do bloco governamental da capital da Noruega, disse à corte nesta terça-feira como ele viu uma van branca em frente à entrada e começou a usar câmeras de vigilância para checar se o veículo tinha autorização para estar na área.

“Quando eu estava dando zoom na placa do carro, ela explodiu,” contou, acrescentando que “metade das imagens desapareceram de nossas telas porque as câmeras foram destruídas na explosão.”

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“Houve um grande estrondo. Ouvimos um estrondo e percebemos a onda de choque no teto sobre nós,” disse ele.

Kristoffersen, que serviu ao exército norueguês no Oriente Médio e nos Bálcãs, continuou trabalhando no distrito governamental depois dos ataques e disse que a área parecia uma zona de guerra.

Semanas depois do duplo ataque muitas questões foram levantadas sobre como o extremista de direita pode estacionar sua van tão próximo do principal centro político da Noruega.

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Kristoffersen destacou que uma construção há muito tempo atrasada buscava bloquear o tráfego na rua em frente ao prédio governamental, mas que os “estacionamentos ilegais” eram frequentes na área.

“Nós expulsávamos carros de lá todos os dias”, disse ele.

Svein Olav Christensen, um especialista do governo em explosivos, disse à corte que uma recriação e simulações mostraram que a bomba de Breivik tinha uma potência equivalente a entre 400 e 700 quilos de TNT.

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“A carga principal é fácil de fazer,” disse ele, acrescentando, contudo, que “o detonador é mais difícil.”

O chefe de operações policiais Langli também foi chamado para testemunhar nesta terça-feira e descreveu a confusão que se seguiu à explosão, com mensagens contraditórias sugerindo que havia dois outros suspeitos e bombas prontas para explodir.

“Eu achei que tinha uma conexão,” disse ele sobre o momento em que foi informado do massacre de Utoya.

“Eu não pude conceber que podíamos estar enfrentando várias pessoas como ele ao mesmo tempo,” disse Langli, se voltando para o acusado.

Breivik está sendo acusado de “atos de terror” e pode receber 21 anos de prisão – uma sentença que pode ser estendida indefinidamente se ele ainda for considerado uma ameaça para a sociedade – ou cuidados psiquiátricos em local fechado, possivelmente para o resto da vida.

Breivik quer ser considerado são e responsável por suas ações, de forma que sua ideologia anti-Islã, apresentada em um manifesto de 1.500 páginas que ele publicou online pouco antes dos ataques, seja levada a sério e não seja considerada como delírios de um lunático.

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