Patricia Souza.
Londres, 18 mai (EFE).- A rainha Elizabeth II comemorou nesta sexta-feira seus 60 anos no trono britânico com um almoço no Castelo de Windsor junto a representantes de quase todas as monarquias do mundo, que também foi marcado pela controvérsia.
A maior concentração de monarcas reinantes da última década, desde o Jubileu de Ouro da soberana britânica em 2002, recebeu críticas pelo convite a membros de casas reais de países como Bahrein, Suazilândia e Arábia Saudita.
Além disso, a Casa Real espanhola foi a única das monarquias europeias que não esteve presente em Windsor. A rainha Sofía justificou sua ausência há três dias pelas diferenças sobre Gibraltar entre a Espanha e o Reino Unido.
O Palácio de Buckingham não fez comentários por considerar o almoço como um evento ‘privado’, enquanto o Foreign Office detalhou que todas as casas reais do mundo foram convidadas, mesmo de países não democráticos, reis polígamos e monarcas destronados, porque não se tratava de um ato ‘político’.
A residência oficial da rainha, de 86 anos, só divulgou a lista de 98 convidados do almoço (entre eles 21 monarcas), onde os homens usavam sóbrios ternos escuros ou túnicas – no caso dos árabes – enquanto as mulheres optaram por vestidos.
Sentados em mesas segundo a duração de seu reinado, o imperador Akihito do Japão, o rei Albert da Bélgica, Carlos Gustavo da Suécia, Abdullah da Jordânia, Margarita da Dinamarca e o príncipe Albert II de Mônaco, acompanhados de seus cônjuges, degustaram pratos típicos britânicos como o cordeiro de Windsor e os morangos de Kent.
Do almoço participaram também monarcas menos acostumados com os holofotes, como o rei do Bahrein, Hamad bin Khalifa Al-Thani; Mswati III da Suazilândia, Tupou VI de Tonga, o príncipe Al-Saud da Arábia Saudita, o sultão de Brunei, o emir do Catar e o xeque kuwaitiano Nasser Mohammed Al-Sabah.
Foi especialmente criticado o convite ao rei do Bahrein pelo histórico desse regime na repressão de opositores e também a presença do rei da Suazilândia, cujo séquito de 30 pessoas lhe acompanha no Savoy, um dos hotéis mais caros de Londres, alheios à pobreza de muitos de seus súditos.
Em Windsor, Elizabeth II, com a popularidade nas nuvens neste ano de celebrações, recebeu seus convidados, vestida com uma roupa cinza clara e acompanhada do marido, o duque de Edimburgo, e de outros membros da família, como William e Kate.
O príncipe Charles e a duquesa da Cornualha, Camilla Rosemary, não participaram do almoço, envolvidos nos preparativos do jantar que oferecerão nesta noite no Palácio de Buckingham aos monarcas presentes no Reino Unido, no qual desta vez não estará o rei do Bahrein.
Elizabeth II celebra desde o início do ano o seu chamado Jubileu de Diamantes, que completou no último dia 6 de fevereiro, pois nesse dia de 1952 morreu seu pai, George VI. Porém, o grosso das festividades, as mais populares pelo menos, estão programadas para junho.
Em seu longo reinado, o mais extenso depois do de sua bisavó, a rainha Victoria, apesar de ainda não ter dado nome a uma era como a ‘vitoriana’, é chefe de Estado de 16 nações, cabeça da Igreja da Inglaterra e foi testemunha do desaparecimento de estadistas e personagens como Stalin, Churchill e Lady Di.
Tudo isso com uma saúde de ferro que a levará, no próximo dia 3 de junho, a liderar em um adornado navio uma espetacular procissão de mil embarcações pelo Rio Tamisa para celebrar, mais uma vez, seu Jubileu de Diamantes. EFE