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Egito: ‘Atiraram contra as ambulâncias’, diz testemunha de ataque

Mesquita era frequentada por adeptos do sufismo, corrente do Islã vista como 'impura' por extremistas

Por Gustavo Silva Atualizado em 24 nov 2017, 17h54 - Publicado em 24 nov 2017, 13h36

O ataque terrorista que deixou pelo menos 235 mortos e centenas de feridos em uma mesquita na província egípcia do Sinai do Norte não se limitou apenas a explosões no centro religioso. Além de bombas, testemunhas apontam que homens  começaram a atirar contra os fiéis à medida que tentavam deixar o local. “Eles estavam atirando nas ambulâncias também”, disse uma moradora de Bir al-Abd, cidade a 40 km da capital provincial de el-Arish, à agência Reuters.

Mais de 50 ambulâncias foram mobilizadas para atender as centenas de vítimas do ataque e levá-las a hospitais da região. Segundo a agência estatal Mena, quatro carros com homens armados vestidos em roupas militares atacaram os fiéis após as explosões na mesquita al-Rawdah depois das orações desta sexta-feira, dia sagrado do Islã. O local era frequentado por adeptos do sufismo, corrente do Islã vista como ‘impura’ por extremistas devido à adoração de santos e símbolos religiosos.

O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, convocou uma reunião de emergência com oficiais de segurança para discutir o incidente. Em decorrência do ataque, a segurança do aeroporto internacional do Cairo foi reforçada, segundo informa a agência Associated Press. Por “medida de segurança”, o governo anunciou o fechamento da fronteira com Gaza na cidade de Rafah, área de passagem que estava em vias de ser aberta.

Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque. Desde 2013, com a queda do presidente Mohamed Morsi, militantes jihadistas intensificaram ataques na província do Sinai. No ano seguinte, Cairo declarou estado de emergência na região, após um ataque suicida contra militares deixar 31 mortos. À época, a península foi descrita por Sisi como “um ninho de terroristas”, segundo a rede Al Jazeera. Em julho, 23 militares morreram em um ataque assumido pelo Estado Islâmico provocado por carros-bomba.

De acordo com o jornal britânico The Independent, a península do Sinal é território de atuação do grupo Wilayat Sinai, afiliado ao Estado Islâmico. Os jihadistas assumiram a responsabilidade pelo ataque a um avião em 2015 cujo destino era a cidade russa de São Petersburgo. Explosivos detonados dentro da aeronave causaram a queda e a morte de todos os 224 tripulantes.

(Veja/VEJA.com)

 

Repercussão

Lideranças políticas e religiosas se manifestaram diante do massacre ocorrido no Egito nesta sexta-feira. A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse estar “aterrorizada por esse ataque doentio em uma mesquita no Norte do Sinai”. “Meus sentimentos a todos aqueles no Egito afetados por esse ato covarde e vil”, escreveu a premiê no Twitter. O tom da mensagem foi seguido pelo chefe da diplomacia britânica, Boris Johnson, que descreveu o episódio como “abominável e barbárico”.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin enviou um comunicado ao presidente egípcio no qual manifestou suas condolências. “Estamos convencidos de que a noção de moralidade humana é absolutamente desconhecido por terroristas”, escreveu o mandatário russo. Por sua vez, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, também manifestou pesar pelo ato terrorista “barbárico” por meio do Twitter.

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Os Estados Unidos se manifestaram oficialmente em nota divulgada pela embaixada do país em Cairo, condenando o “ataque covarde” à mesquita no Sinai do Norte. O presidente americano Donald Trump, em sua conta pessoal no Twitter, escreveu que “o mundo não pode mais tolerar o terrorismo, precisamos derrotá-los militarmente e desacreditar a ideologia que serve de base para sua existência”.

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