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Ditador do Sudão recebe 94,5% dos votos e se perpetua no poder

A oposição abandonou o pleito alegando fraudes eleitorais. Omar al-Bashir está à frente do governo há 26 anos e enfrenta acusações internacionais de genocídio

Por Da Redação
28 abr 2015, 07h14

Os órgãos oficiais do Sudão informaram nesta segunda-feira que o ditador Omar al-Bashir foi reeleito para a presidência com 94,5% dos votos. De acordo a comissão eleitoral do país, ele foi a primeira opção de 5.252.478 pessoas, enquanto seu adversário no pleito, Fadl el-Sayed Shuiab, teve apenas 79.665 dos votos, ou 1,43%. A eleição foi boicotada pelo principal partido de oposição e acusada de ser fraudulenta por governos do Ocidente. Ativistas políticos convocaram um boicote em massa por entenderem que havia poucas chances de a votação ocorrer em um ambiente livre e justo, o que a tornava uma “charada política”.

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O ditador Al-Bashir está a 26 anos no poder e teve seu governo acusado internacionalmente de “falhar ao não ter criado um ambiente livre, justo e propício” para que pudessem ocorrer eleições. Entre os estrangeiros que denunciaram o pleito estavam os Estados Unidos, Grã-Bretanha e Noruega. Observadores da União Africana disseram que a presença de eleitores nos colégios foi baixa, mas os órgãos oficiais do país contestaram a declaração. A comissão eleitoral diz que 46,4% da população do Sudão compareceram ao pleito.

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É improvável que os órgãos governamentais tenham alguma credibilidade sob a batuta de al-Bashir. Suliman Baldo, diretor executivo do Grupo Democracia em Primeiro Lugar no Sudão, afirmou ao jornal The Guardian que o resultado era “o oposto de um grande dia para a democracia”. “Houve uma apatia generalizada vinda de um fatalismo decorrente do fato de al-Bashir e o seu partido estarem concorrendo contra eles mesmos. O boicote foi sistemático e incluiu até membros da legenda governista”, disse.

Al-Bashir, que certa vez deu guarida ao terrorista Osama Bin Laden, foi o primeiro chefe de Estado a ter um mandado de prisão decretado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). A acusação é referente ao genocídio em Darfur, no Sudão Ocidental, do qual ele foi mentor. Na ocasião, o Exército do Sudão e milícias árabes conduziram uma operação de limpeza étnica contra as tribos de etnia africana. Estima-se que 300.000 pessoas morreram e que 2,8 milhões tenham sido obrigadas a viver em campos de refugiados.

(Da redação)

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