A cúpula sobre a segurança alimentar global convocada pelas Nações Unidas terminou nesta quinta-feira em Roma com a aprovação de uma declaração que reafirma o compromisso dos países-membros de eliminar a fome do mundo, e de não utilizar os alimentos como um instrumento político e econômico. Segundo o documento, “é inaceitável que 850 milhões de pessoas continuem desnutridas”. Diminuir essa condição, diz a declaração, exigirá um “esforço constante” da comunidade internacional. Os 193 países que integram a agência para agricultura e alimentos (FAO) se comprometeram a reduzir a fome no mundo pela metade até 2015.
Para o diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, os resultados produzidos pelo encontro estiveram “à altura das expectativas”. A satisfação do senegalês tem uma explicação: a declaração demorou a sair, depois de muitos impasses. O texto, porém, recebeu críticas do bloco latino-americano. Liderados pela Argentina, que reprovou a íntegra da declaração, Cuba, Venezuela, Equador, Bolívia e Nicarágua condenaram a falta de medidas práticas para a erradicação da fome no mundo. Os discordantes, no entanto, tiveram negado o pedido para se manifestar no plenário.
De acordo com Diouf, a conferência da FAO conseguiu arrecadar mais de 6,5 bilhões de dólares (10,569 bilhões de reais) para os esforços contra a fome no planeta. O encontro promovido pela ONU recebeu o apoio de uma série de organismos internacionais, entre os quais o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Quarenta chefes de estado e de governo participaram da cúpula, que desde a segunda-feira discute os efeitos da alta do preço e escassez dos alimentos ao redor do mundo.