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Cúpula das Américas em Cartagena começa com Cuba no centro do debate

Por Da Redação
14 abr 2012, 21h01

Cartagena (Colômbia), 14 abr (EFE).- A 6ª edição da Cúpula das Américas começou neste sábado na cidade colombiana de Cartagena com a presença de 31 chefes de Estado e Governo e com alguns temas pendentes, como a exclusão de Cuba nesta reunião continental.

O presidente da Colômbia, o anfitrião Juan Manuel Santos, abordou este mesmo tema logo em seu discurso de inauguração, pedindo para os demais governos não serem ‘indiferentes’ e ‘obstinados’ diante das evidentes mudanças que estão ocorrendo em Cuba.

Santos, de maneira enfática, defendeu novamente a aceitação de Cuba nas próximas cúpulas: ‘Não podemos ser indiferentes ao processo de mudança no interior de Cuba, que já é reconhecido e deve continuar. É tempo de superar essa paralisia pelo bem do povo cubano’, manifestou.

Além de defender a participação de Cuba, Santos pediu aos governantes, entre eles o americano Barack Obama, para ‘criar pontes’ para superar essas diferenças porque, em sua opinião, o embargo se mostrou ‘ineficaz’ e o contexto da Guerra Fria já foi superado há varias décadas.

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O termo ‘Guerra Fria’ também foi usado pelo presidente dos Estados Unidos, país que impôs sanções a Cuba durante 50 anos, no Fórum Empresarial das Américas, que antecedeu a cúpula e também contou com a presença de Santos e da presidente Dilma Rousseff.

Obama manifestou que esta discussão parecia reviver a ‘diplomacia da Guerra Fria’, época em que ‘não tinha nem nascido’, apontou o presidente americano ao afirmar que ‘esse não é o mundo que vivemos nos dias hoje’. Para completar, Obama ainda ressaltou seu desejo de ver a democracia em Cuba.

Assim como a abertura da cúpula, a de governantes também começou com diferenças sobre outros temas sensíveis: a disputa pela soberania das ilhas Malvinas, que envolve a Argentina e o Reino Unido, e a guerra contra o tráfico de drogas, que após 40 anos não apresentou os resultados esperados.

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Antes da cúpula, os presidentes da América Central realizaram uma reunião para buscar um consenso sobre este mesmo tema, mas também não encontraram nenhuma posição em comum. No entanto, todos pareciam unanimes ao rejeitar a descriminalização, como havia sugerido o presidente guatemalteco, Otto Pérez Molina.

Esses desacordos colocam em risco os objetivos da Colômbia, que como país anfitrião, deseja uma declaração final pactuada sobre os temas oficiais da cúpula: pobreza e desigualdade, acesso às tecnologias, desastres naturais, segurança e integração física.

O desejo da Colômbia é fazer com que Cuba, Malvinas e drogas sejam tratadas à parte, uma posição que não agrada os governos da Argentina, Uruguai e Venezuela e ameaça o desenvolvimento da cúpula, que, por sua vez, pode ser concluída sem um comunicado final.

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O lado positivo dos debates de hoje estão relacionados com a defesa das relações dos Estados Unidos com a América Latina, uma questão que foi abordada pela presidente Dilma Rousseff, que exaltou a importância das ‘alianças de igualdade’ e, principalmente, as mudanças observadas no atual cenário econômico mundial.

‘No passado, as relações assimétricas entre norte e sul foram responsáveis de processos muito negativos’, advertiu Dilma.

‘Ninguém produz conhecimento, ciência e educação de qualidade se um for superior ao outro (…) Todos sabemos que não existe diálogo entre pessoas e países desiguais. Só existe cooperação se nos apresentarmos como países que dependemos uns dos outros para tornar o mundo mais próspero’, completou a presidente brasileira durante o fórum Empresarial.

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Este mesmo tema também foi defendido pelo presidente colombiano logo na inauguração da cúpula, quando também defendeu as alianças de ‘igualdade’.

‘Temos que nos comprometer em repensar as relações entre América Latina e América do Norte. É hora de superar os estereótipos do passado, como que marcavam a América Latina como uma região problemática e os Estados Unidos como uma potência imperialista’, afirmou Santos.

Pouco antes do discurso de Santos, Obama já tinha falado sobre essa suposta ‘nova era’ com a América Latina, ao considerar que essa relação comercial ‘como uma das mais dinâmicas do mundo’. Em seu discurso, o presidente americano também enfatizou a necessidade de se preservar a democracia e os direitos civis.

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Nesta cúpula, que foi aberta pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, três governantes ficaram de fora: o nicaraguense Daniel Ortega, o venezuelano Hugo Chávez e o equatoriano Rafael Correa.

Insulza afirmou que a democracia ‘avança’ na América Latina, ressaltando que a mesma precisa se fortalecer ‘sem pressão externa’ e, muito menos, ‘exclusão’.

‘Não temos democracias perfeitas’, indicou Insulza, convencido de que a América Latina chegou nesta cúpula amparada por ‘uma nova realidade regional’ após a crise global, que, por sua vez, não afetou a região com tanta intensidade. EFE

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