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Cristina Kirchner é acusada de encobrir envolvimento do Irã em atentado

Procurador afirma que governo criou canal ‘paraestatal’ de comunicação para inocentar envolvidos em troca da retomada de relações comerciais com o regime persa

Por Da Redação
14 jan 2015, 19h41

A presidente Cristina Kirchner e o chanceler Héctor Timerman foram denunciados por encobrir iranianos acusados de serem os autores ideológicos do ataque contra um centro judaico em Buenos Aires. O procurador Alberto Nisman solicitou um embargo preventivo no valor de 200 milhões de pesos (aproximadamente 60 milhões de reais).

Nisman investiga desde 2004 o atentado a bomba contra a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) perpetrado em julho de 1994 e que deixou 85 mortos. Para ele, a presidente e outros membros do governo são responsáveis por “decidir, negociar e organizar a impunidade de refugiados iranianos” com o objetivo de “liberar os acusados e fabricar a inocência do Irã”.

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A denúncia também atinge o deputado oficialista e integrante da cúpula do grupo juvenil La Cámpora Andrés Larroque, assim como os dirigentes sociais Luis Ángel D’Elía e Fernando Luis Esteche, o ex-promotor federal e ex-juiz de instrução Héctor Luis Yrimia, e o iraniano Jorge Alejandro “Yussuf” Khalil. Eles teriam atuado como “canais paraestatais” transmitindo continuamente mensagens de Cristina a autoridades persas.

“Enquanto o Poder Executivo falava de justiça e verdade, de fato havia acordado com a impunidade. Buscava aproximar-se geopoliticamente do Irã, intercambiar petróleo por grãos e até vender armas. Para isso, o chanceler Timerman celebrou acordos secretos com Teerã, que logo foram reconhecidos publicamente pelo ex-chanceler iraniano Salehi. O chanceler também se comprometeu a dar baixa das notificações vermelhas (ordens de busca e captura) dos terroristas iranianos refugiados, circunstância que não pôde cumprir devido à firme negativa da Interpol”, afirma o fiscal, em trecho da denúncia reproduzido pelo jornal El País.

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Pouco depois de a denúncia vir à tona, o procurador foi chamado para prestar esclarecimentos ao Congresso sobre sua investigação. As deputadas Laura Alonso e Patricia Bullrich, autoras do convite a Nisman, disseram que vão tentar ampliar o convite a Timerman.

“A denúncia confirma as suspeitas que sempre tivemos sobre uma confabulação e o desenvolvimento, depois da morte de Néstor Kirchner, de uma diplomacia paralela, que tinha como principal objetivo buscar a inocência dos funcionários iranianos envolvidos no atentado contra a Amia, para, em contrapartida, abrir portas comerciais”, disseram as deputadas, segundo o Clarín.

O secretário geral da Presidência, Aníbal Fernández, classificou como ridícula a denúncia. “É algo sem sentido. Não tem base nenhuma. Por que ele não chamou para interrogatório todos os senadores e deputados que votaram?”, disse, referindo-se à aprovação de um pacto assinado entre Argentina e Irã em janeiro de 2013 prevendo a criação de uma “comissão da verdade” para revisar as atuações judiciais em relação ao atentado e recomendar um plano de ação para seu esclarecimento.

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A Justiça Argentina tinha na mira os iranianos Ahmah Vahidi, apontado como coautor ideológico do atentado, Mohsen Rabbani, ex-conselheiro da embaixada iraniana e acusado de ser o cérebro do ataque, Ali Akbar Ashemi, ex-presidente iraniano (1989-1997) e acusado de dar instruções ao Hezbollah para realizar o ataque, Ali Fallahijan, ministro de Inteligência à época do atentado, Ali Akbar Volayali, ex-chanceler iraniano, Mohsen Rezai, ex-chefe da Guarda Revolucionária e acusado de ter organizado a ação, e Ahnmad Reza Ashgari ou Mohsen Randjbaran, terceiro-secretário da embaixada iraniana em Buenos Aires e acusado de liderar a operação.

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