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Cristãos egípcios se queixam de abandono do governo

Após ataques que deixaram 44 mortos neste domingo, famílias cristãs se revoltam e acusam governo de não ser capaz de protegê-las

Por Da redação
Atualizado em 10 abr 2017, 19h56 - Publicado em 10 abr 2017, 10h50

Cristãos do Egito choraram e demonstraram indignação nesta segunda-feira enquanto retiravam os corpos de familiares e amigos mortos em duas explosões de bombas em igrejas

No necrotério do hospital da Universidade de Tanta, famílias desesperadas tentavam entrar para procurar seus parentes mortos. Forças de segurança contiveram os familiares para evitar a superlotação, o que enfureceu a multidão.

“Por que vocês estão nos impedindo de entrar agora? Onde vocês estavam quando tudo isso aconteceu?”, gritou uma mulher que buscava um familiar. Algumas pessoas pareciam em estado de choque. Outras choravam abertamente e algumas mulheres estavam em prantos.

Um homem de meia-idade que acabava de sair do necrotério depois de ver seu irmão morto chorava com o rosto entre as mãos. Ele xingou as forças de segurança, aos gritos, enquanto a família tentava acalmá-lo.

Horas depois do ataque, Kerols Paheg e outros jovens cristãos coptas já estavam cavando túmulos no subsolo da devastada igreja de São Jorge da cidade do norte do Delta do Nilo, onde a primeira das bombas explodiu e matou 27 pessoas e feriu cerca de oitenta.

Ele mostrou fotos da barbárie em seu celular: restos humanos, sangue e vidro estilhaçado espalhados pelo chão da igreja em um dos dias mais sagrados do calendário cristão. “Hoje deveria ser um dia de festividades”, disse.

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De agora em diante, os próprios cristãos terão de proteger suas igrejas, em vez de contar com a polícia, “porque o que está acontecendo é demais. É inaceitável”, disse.

Horas depois da detonação em Tanta, a segunda bomba explodiu na entrada da igreja de São Marcos, em Alexandria, a sede histórica do papa copta, e matou dezessete pessoas, entre eles três policiais, e deixou 48 feridos.

 

Os atentados

Foram 44 mortos nos ataques ocorridos durante o Domingo de Ramos, ocasião festiva que antecede em uma semana o Domingo de Páscoa, quando os cristãos comemoram a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Os ataques acontecem vinte dias antes da visita do papa Francisco ao Egito, marcada para os próximos dias 28 e 29 de abril, a primeira viagem do pontífice argentino ao Oriente Médio. 

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O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) assumiu a autoria dos ataques e disse que foram perpetrados por dois suicidas. O presidente egípcio, Abdul Fatah al-Sisi, anunciou estado de emergência em todo o país e ordenou o envio de unidades especiais do Exército em torno das “instalações vitais” de todo o país.

Os coptas representam cerca de 10% dos 92 milhões de habitantes do Egito, a maior minoria cristã do Oriente Médio. Mas apesar de uma presença que data dos tempos romanos, a comunidade se sente cada vez mais rejeitada e já foi alvo de vários ataques, inclusive do Estado Islâmico, que assumiu a autoria das explosões de domingo e alertou para mais ataques.

 

(com Reuters)

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