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Coreia do Norte diz que míssil pode alcançar todo o planeta

Pyongyang confirmou novo teste balístico, o primeiro de longo alcance bem-sucedido

Por Da redação
Atualizado em 4 jul 2017, 16h29 - Publicado em 4 jul 2017, 11h14

A Coreia do Norte confirmou nesta terça-feira que testou com sucesso um míssil balístico intercontinental (ICBM), o que representaria uma nova etapa crucial para chegar ao objetivo de ter a seu alcance o território dos Estados Unidos.  O lançamento, que acontece no Dia da Independência americana e pouco antes do encontro do G20, é um novo desafio de Kim Jong-un à pressão mundial e eleva a tensão na região.

No final da semana, os líderes das 20 maiores potências discutirão em Hamburgo, na Alemanha, os passos necessários para controlar o programa de armas da Coreia do Norte, que continua a desafiar às sanções do Conselho de Segurança da ONU. Pacotes sucessivos de restrições impostos pela ONU desde um primeiro teste nuclear norte-coreano em 2006 não conseguiram dissuadir o país. No começo de junho, o Conselho impôs novas sanções instou o país a “abandonar todas as armas nucleares e os programas nucleares existentes de maneira completa, verificável e irreversível, e pôr fim de imediato às atividades conexas”.

O lançamento “histórico” do míssil Hwasong-14, que a mídia estatal norte-coreana disse ter sido ordenado e supervisionado por Kim Jong-un, teria enviado o foguete a 2.802 quilômetros de altitude e 933 quilômetros de distância, em um tempo de voo de 39 minutos.  A Coreia do Norte é uma “potência nuclear forte” dotada de um “ICBM muito poderoso que pode alcançar qualquer lugar do mundo”, anunciou a televisão oficial do país. “O teste com êxito de um ICBM é um avanço maior na história de nossa república”, completou a emissora.

Pyongyang, que realizou cinco testes nucleares e dispõe de um pequeno arsenal atômico, tenta desenvolver um míssil balístico intercontinental com capacidade para transportar ogivas nucleares para alcançar o território americano. O governo justifica os programas com a ameaça representada pelos Estados Unidos, país que mantém 28.000 soldados em bases na Coreia do Sul.

Dúvidas

As Forças Armadas da Rússia questionaram o alcance do lançamento. “Os dados de voo paramétricos do objeto balístico correspondem às características táticas e técnicas de um míssil balístico de médio alcance”, afirmou o ministério da Defesa em um comunicado. De acordo com a Defesa russa, o projétil atingiu uma altitude de apenas 535 km e voou 510 quilômetros.

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O Comando dos Estados Unidos no Pacífico declarou que o míssil lançado a partir da terra, de médio alcance, não representou uma ameaça para o país.

Já o ministério da Defesa do Japão calculou que o míssil “alcançou uma altitude que superou 2.500 km, voou durante 40 minutos, percorreu 900 km e caiu no Mar do Japão”.

David Wright, analista da ONG Union of Concerned Scientists, afirmou que a Coreia do Norte conseguiu aumentar o alcance de seus mísseis e este último foguete, por suas características, poderia ter atingido “qualquer ponto do Alasca“.

Nada melhor para fazer

O presidente americano Donald Trump questionou no Twitter: “Este cara não tem algo melhor para fazer com sua vida?”, em referência ao líder norte-coreano Kim Jong-Un. “É difícil acreditar que Japão e Coreia do Sul vão suportar isto por muito mais tempo”, completou.

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“Talvez a China faça um movimento duro com a Coreia do Norte e acabe com este absurdo de uma vez por todas”, escreveu em outro tuíte. Desde que chegou à Casa Branca, Trump tenta convencer a China a exercer uma influência maior para conter o governo da Coreia do Norte, mas até o momento este plano não apresentou resultados.

O embaixador chinês na ONU, Liu Jieyi, advertiu na segunda-feira sobre consequências “desastrosas” se as potências mundiais não conseguirem encontrar uma maneira de aliviar as tensões com a Coreia do Norte. Liu, que assume a presidência do Conselho de Segurança da ONU neste mês, afirmou que Pyongyang pode “sair do controle”.

Aliada histórica do regime norte-coreano, a China pediu “contenção” a todas as partes e esforços para superar de forma pacífica as tensões. O presidente chinês Xi Jinping, que viajou na segunda-feira a Moscou, concordou com o colega russo Vladimir Putin sobre a necessidade de “diálogo e negociação”, informou a agência estatal Xinhua.

Reação americana

Nos últimos meses, Washington adotou medidas para demonstrar sua força militar, em reposta ao que foi considerado como uma tentativa agressiva de mostrar força por parte da Coreia do Norte. O governo americano realizou em maio um teste de seu escudo antimísseis intercontinental. Pela primeira vez, um foguete interceptor baseado em terra foi lançado da Califórnia, atingiu e destruiu um míssil balístico intercontinental disparado do meio do Pacífico.

Na última sexta-feira, o presidente americano Donald Trump, afirmou, após um encontro em Washington com o presidente sul-coreano, que a “paciência estratégica” com a Coreia do Norte acabou e destacou a necessidade de uma “resposta decidida” ao regime de Kim Jong-un. O republicano não esclareceu, no entanto, se aumentará as sanções contra Pyongyang.

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(com AFP)

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