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Contra abstenção, Egito prorroga eleições por mais um dia

Pífio comparecimento pode manchar a esperada vitória de Abdel Fattah Sisi

Por Da Redação
27 Maio 2014, 17h58

A Comissão Eleitoral do Egito comunicou que as eleições para presidente foram prorrogadas até esta quarta-feira, um dia além do prazo inicial previsto pelas autoridades. A medida tem como objetivo impedir um fiasco histórico da campanha do marechal Abdel Fattah Sisi, que comandou o golpe de estado contra Mohamed Mursi, em 3 de julho do ano passado, e é favorito para vencer o pleito. Concorrendo contra um único candidato, Hamdeen Sabahi, o militar deve ser eleito com uma margem extensa de votos. No entanto, observadores ligados a Sabahi apontam que só 10% a 15% da população votou na segunda-feira, e na terça-feira o comparecimento foi ainda menor.

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Segundo a rede britânica BBC, os colégios que abrigam as urnas estavam desertos durante o pleito. A justificativa oficial das autoridades é de permitir que “o maior número de egípcios” possam votar, além de dar uma segunda chance aos eleitores que encontraram dificuldades para se locomoverem até os pontos eleitorais. Para desviar o foco da impopularidade dos candidatos, um oficial da comissão eleitoral declarou que o clima quente do país afastou as pessoas. Um feriado nacional foi decretado e o ministério da Justiça também ameaçou multar em 500 pesos egípcios (160 reais) os eleitores que não depositarem suas intenções de voto.

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Embora a vitória de Sisi já seja dada como certa no país, as ambições do militar estão muito aquém da realidade. Antes do início da votação, o marechal havia previsto o comparecimento de 40 milhões de pessoas, algo equivalente a 80% do eleitorado egípcio. Analistas creditam o baixo comparecimento ao temor de que ataques terroristas possam ser perpetrados contra os postos de votação. Contra atentados, um forte esquema de segurança foi preparado, com 250.000 homens protegendo locais que poderiam ser alvos dos radicais.

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Outro ponto que custou o apoio dos egípcios a Sisi foi um discurso feito às vésperas da eleição. A fim de trazer alguma estabilidade para o caótico país, o militar afirmou que seu governo será marcado pela austeridade, uma mensagem que soou ridícula no país em que 85 milhões de pessoas estão estagnadas na linha de pobreza. Os problemas econômicos do país são resultado dos protestos e conflitos entre fundamentalistas islâmicos e autoridades que afastaram investidores e inibiram a vida de turistas, principal fonte de renda do país.

Histórico – Em 2012, Mohamed Mursi conquistou uma vitória magra nas urnas, com apenas 52% de comparecimento. Principal organização responsável por alavancar a candidatura de Mursi, a Irmandade Muçulmana foi considerada um grupo terrorista pelo governo e banida das eleições. Assim como ocorreu no referendo que validou a nova Constituição do país, em janeiro, muitos de seus apoiadores optaram por boicotar a votação para presidente. Na ocasião, a comissão eleitoral comunicou que 98% das pessoas haviam aprovado a Carta Magna, informação que foi muito contestada pela comunidade internacional.

(Com agência Reuters)

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