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Conselho Nacional Sírio aceita intervenção militar para resolver conflito

Por Da Redação
10 abr 2012, 12h26

Marta Hurtado.

Genebra, 10 abr (EFE).- O Conselho Nacional Sírio (CNS) segue apoiando o processo de paz para a Síria do enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, mas considera que se este fracassar, não deveria descartar-se nenhuma alternativa para deter o derramamento de sangue, inclusive a intervenção armada.

A informação foi passada durante a entrevista coletiva de Bassma Kodmani, responsável de relações exteriores do CNS, principal aliança opositora ao regime do presidente da Síria, Bashar al Assad.

‘Seguimos confiando na missão de Annan. Mas, no final do dia, se esta fracassar, nenhuma opção deveria ser descartada nem considerada inválida’, declarou.

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Kodmani citou expressamente o capítulo 7 da Carta das Nações Unidas que estabelece os poderes do Conselho de Segurança para manter a paz, usando, se necessário, todos os meios militares disponíveis.

‘Nós gostaríamos de uma resolução do Conselho de Segurança sob o capítulo 7 que possa ser imposta para que acabe o derramamento de sangue’, acrescentou Kodmani, que expressou sua confiança em que, chegando a esse ponto, China e Rússia apóiem essa moção.

‘Tanto a China como a Rússia estão buscando uma resolução pacífica para o conflito’, assegurou Kodmani, mostrando sua confiança que Moscou e Pequim modificariam eventualmente sua posição e não só deixariam de vetar as resoluções condenação à Síria no Conselho de Segurança, mas também apoiariam um texto que permitisse inclusive uma intervenção militar.

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Tanto Moscou como Pequim demonstraram nas últimas horas uma modificação matizada de sua posição, ao exigir publicamente que Damasco cumpra o plano de paz de Annan, mas mantendo seu apoio ao regime e criticando à oposição armada por não ter largado as armas.

Precisamente, Kodmani defendeu o Exército Livre Sírio (ELS) que ‘está totalmente disposto a cumprir o plano de paz’ e que se continua usando as armas é simplesmente ‘em defesa própria’.

Segundo o plano de paz do mediador internacional, hoje deveria ter entrado em vigor o cessar-fogo entre as duas partes envolvidas no conflito e o Exército sírio deveria começar retirar-se das cidades para que na próxima quinta-feira toda violência tenha terminado.

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Algo longe da realidade, dado que, segundo denunciaram os rebeldes e grupos de direitos humanos, a repressão aumentou, apesar do anúncio do ministro de Exteriores sírio, Walid al Moualem, da retirada de tropas em várias províncias.

‘Nossas fontes bem verificadas nos indicam que apenas ontem, na véspera do suposto cessar-fogo, 168 pessoas morreram. O regime está mandando uma mensagem muito clara: está intensificando as ações em vez de completar o processo de paz’, afirmou a ativista.

‘O Exército está usando armas pesadas contra a população civil de forma deliberada, para que esta se rebele contra o ELS’, acrescentou Kodmani, denunciando um novo método de terror consistente em derrubar as casas dos rebeldes.

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Consultada sobre a proposta feita hoje mesmo por Moualem de condicionar o fim da violência à chegada da missão de observadores da ONU – contemplada no plano de paz de Annan – Kodmani a rejeitou categoricamente.

‘É uma reivindicação irreal. A missão dos observadores é verificar a cessação da violência, a implementação do cessar-fogo, não provocá-lo. É uma proposta tão irreal como a de pedir que a oposição se comprometa por escrito a cumprir com o plano. O regime deveria primeiro reconhecer ditos grupos’, ponderou.

A respeito da visita que Kofi Annan realizará amanhã ao Irã para buscar o apoio das autoridades locais, que apoiam Damasco abertamente, e segundo a oposição, lhe presta assessoria militar e inclusive vende armas, Kodmani foi clara ao acusá-los de cumplicidade.

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‘Teerã está exercendo um papel essencial de apoio ao regime. Espero que Annan lhes diga que são parte de uma trama criminosa’, disse.

Por fim, Kodmani voltou a pedir à comunidade internacional a fazer todo o possível e de forma urgente para acabar com a repressão.

‘Mais tempo adicional é inaceitável, mais tempo significa mais sangue’, ressaltou.

Segundo dados da ONU, desde que começou o conflito há um ano, mais de nove mil pessoas morreram na Síria, enquanto 200 mil estão deslocadas dentro do país e 30 mil se refugiaram no exterior. EFE

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