Um esboço de resolução com sanções contra o Irã por seu programa nuclear deve ser votado nos próximos dez dias pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A resolução, se adotada, irá impor a quarta rodada de sanções da ONU ao Irã.
O esboço foi acertado no mês passado por EUA, Grã-Bretanha, França, Alemanha, China e Rússia � os último dois têm laços comerciais fortes com o país islâmico. A resolução pede por medidas contra bancos iranianos no exterior diante da suspeita de ligação com os programas nuclear e de mísseis iranianos, vigilância em transações com qualquer banco iraniano, incluindo o banco central, e expande o embargo de armas da ONU contra Teerã.
O enviado mexicano Claude Heller, que preside o Conselho neste mês, disse que especialistas dos 15 países-membros têm discutido o esboço, elaborado pelos Estados Unidos, e que o painel de dez membros não permanentes está aguardando anexos que listam o nome de indivíduos e empresas que seriam incluídos na lista negra da ONU. Heller não precisou a data, mas disse que “os copatrocinadores da resolução gostariam de ter uma ação imediata do Conselho de Segurança, para ter um voto nos próximos 10 dias.”
Diplomatas ocidentais disseram, em condição de anonimato, que os seis países esperam entregar os anexos aos dez membros rotativos do Conselho de Segurança até o fim desta semana. Os documentos serão, então, examinados detalhadamente por ministros de Finanças e agências de inteligência dos países.
Segundo os diplomatas, o esboço da resolução resulta de uma série de compromissos entre os EUA e seus três aliados europeus, que têm pressionado por sanções mais duras contra Teerã. Rússia e China procuraram diluí-los.
Diplomatas do Conselho dizem ser possível que apenas 12 dos 15 membros votem pela resolução. Turquia e Brasil, que mediaram um acordo de troca de combustível com o Irã em maio, e o Líbano devem se abster ou ser contrários ao texto.
Irã – O país rejeita as acusações das potências ocidentais de que seu programa nuclear tenha o objetivo de desenvolver armas nucleares e defende que limita-se à geração de energia elétrica. O Irã se recusa a suspender seu enriquecimento de urânio.
Acordo com Brasil – No último dia 16, o Brasil mediou um acordo com Irã e Turquia que prevê o enriquecimento de urânio iraniano em solo turco. O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, aceitou trocar, em território turco, 1.200 quilos de urânio por material nuclear enriquecido a 20%. A quantidade é suficiente para manter em funcionamento o que Teerã alega ser um reator de pesquisas médicas. O acordo não foi bem visto pela comunidade internacional.
(Com reuters)